Neopets viram NFTs apostando na nostalgia, mas desagrada fãs

JumpStart Games vai criar 20.500 NFTs de Neopets, mas fãs criticam duramente projeto que não terá utilidade prática

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 2 meses

O Neopets, a popular franquia de animais de estimação virtuais dos anos 2000, está explorando mais um mercado e criando 20 mil NFTs (tokens não fungíveis) colecionáveis. Mesmo em constante declínio, há um público “neopetiano” que construiu uma comunidade que segue muito engajada. No entanto, parece que o mais recente projeto de criptoativos desagradou a maior parte dos fãs.

O jogo online pode ser desconhecido para alguns, mas foi extremamente popular no início dos anos 2000. O Neopets permite que usuários adotem bichinhos de estimação virtuais e fantasiosos que contam com uma vasta paleta de customização.

Para isso, existem minigames e eventos que concedem aos players itens. A franquia fez um enorme sucesso e gerou uma série de produtos derivados, como revistas, cartas, jogos mobile e até mesmo uma série animada foi prometida, mas nunca entregue.

Franquia está morrendo

Enquanto em 2005 o site contava com uma base de 30 milhões de usuários ativos, o game já não tem o mesmo apelo e está em declínio há muito anos. Ainda existem alguns usuários ativos, mas o modelo baseado no quase extinto Adobe Flash Player está com os dias contados.

Por isso, a JumpStart Games, detentora da franquia, está mirando em outras áreas para se aproveitar da base dedicada de fãs que ainda tem. Apostando na nostalgia, a companhia anunciou através de comunicado à imprensa que está fechando uma parceria com a empresa especializada em blockchain Raydium para produzir um total de 20.500 NFTs únicos de Neopets. As imagens serão geradas por algoritmos que vão randomizar origens, roupas, cores, personalidades e outros fatores.

Fãs reagem negativamente aos NFTs de Neopets

Prévia dos NFTs de Neopets (Imagem: Divulgação/ CNW Group)
Prévia dos NFTs de Neopets (Imagem: Divulgação/ CNW Group)

A empresa compartilhou algumas amostras de como serão os NFTs, mas, ao que tudo indica, eles não passarão de simples imagens colecionáveis e sem utilidade prática. Dito isso, os fãs da franquia não ficaram nada contentes e a maioria das respostas da comunidade foram muito negativas.

Os fansites Jellyneo e Dress To Impress, por exemplo, criticaram duramente o novo projeto com tokens não fungíveis como uma jogada desesperada para tirar dinheiro dos fãs. Além disso, o lançamento dos ativos digitais não vai acrescentar em nada ao site e nem a nenhum outro produto da empresa. “Você não pode alimentar seu NFT, ler, lutar com ele ou personalizá-lo. É o #AntiNeopet”, tuitou a conta oficial da Jellyneo.

Nas redes sociais, a Jumpstar responde à frequente pergunta de “por que fazer NFTs?” dizendo que a empresa está “em busca de novas oportunidades para levar nossas marcas e produtos para o futuro”. Vale lembrar que os Neopets já tiveram contato com a tecnologia blockchain e tokens não fungíveis no passado. O jogo de cards Neopets Cryptoquest, lançado em 2018, morreu rapidamente ao não despertar o interesse dos fãs.

Com informações: The Verge

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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