Netflix custa o mesmo que até 3 streamings rivais, mas usuários vão migrar?

Netflix Premium custa o mesmo que Amazon Prime Video, Globoplay e Disney+; diferença de preço no Brasil é ainda maior em planos anuais - confira a tabela

Felipe Ventura
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• Atualizado há 1 ano e meio
Netflix na App Store do iPad (Imagem: Souvik Banerjee / Unsplash)

A Netflix aumentou seus preços no Brasil em julho, com reajuste de até 22% – a assinatura passou a custar entre R$ 25,90 a R$ 55,90 mensais. Isso causou alguma polêmica na época, mas a poeira baixou desde então: deu tempo para todo mundo ver se realmente compensa cancelar e migrar para Amazon Prime Video, Disney+, Star+, Globoplay, entre tantos outros. E, conforme levantamento feito pelo Tecnoblog, é possível adquirir até três serviços de assinatura pelo preço da Netflix.

Netflix vs. concorrentes no Brasil

Em nosso levantamento de streamings no Brasil, reunimos os preços de assinaturas mensais – e anuais, quando disponíveis – e confrontamos com os valores que a Netflix cobra nos planos Básico, Padrão e Premium. Como a Netflix não tem cobrança anual, nós multiplicamos o valor mensal por doze para as comparações.

O plano Básico da Netflix sai por R$ 25,90 ao mês: ele permite fazer streaming a partir de apenas um dispositivo em resolução padrão 480p – ou seja, inferior a HD (720p). Globoplay e Disney+ têm preços semelhantes, porém com suporte a 4K e uso em até 5 telas simultâneas.

O plano Padrão da Netflix custa R$ 39,90 por mês, com duas telas simultâneas e streaming em até Full HD. Por um valor menor que esse, você consegue assinar dois serviços de streaming diferentes: pode ser o Prime Video com Globoplay; Prime Video com Disney+; ou Prime Video com HBO Max (multitelas).

E por R$ 55,90 mensais, preço do plano Premium da Netflix, dá para adquirir três concorrentes: Prime Video, Globoplay e Disney+. Isso acontece em boa parte porque o Amazon Prime – que inclui o Prime Video – é superbarato, cobrando somente R$ 9,90 ao mês.

Por um valor próximo ao deste plano…… você pode adquirir:
Netflix Padrão
2 telas, Full HD
(R$ 39,90 por mês)
Prime Video e Globoplay (R$ 32,80 por mês)
ou Prime Video e HBO Max multitelas (R$ 37,80 por mês)
ou Prime Video e Disney+ (R$ 37,90 por mês)
Netflix Premium
4 telas, 4K
(R$ 55,90 por mês)
Prime Video, Globoplay e Disney+ (R$ 53,80 por mês)
ou Disney+ e HBO Max multitelas (R$ 55,80 por mês)
Preços consultados em 4 de outubro de 2021.

A comparação de preços fica ainda mais complicada para a Netflix quando consideramos planos anuais dos concorrentes, que dão desconto de até 28% em relação à cobrança mensal. Por exemplo, por um valor semelhante a um ano de Netflix Premium, você pode levar o Globoplay, Disney+ e HBO Max multitelas.

Confira na tabela abaixo as principais comparações anuais que o Tecnoblog reuniu:

Por um valor próximo ao deste plano…… você pode adquirir:
Netflix Básico por 1 ano
1 tela, 480p
(R$ 310,80)
• Prime Video e Globoplay (R$ 327,80 por ano)
• ou Prime Video e HBO Max multitelas (R$ 328,90 por ano)
Netflix Padrão por 1 ano
2 telas, Full HD
(R$ 478,80)
Globoplay e Disney+ (R$ 454,80 por ano)
ou Star+ e Disney+ (R$ 495,90 por ano)
ou Disney+ e HBO Max multitelas (R$ 519,80 por ano)
Netflix Premium por 1 ano
4 telas, 4K
(R$ 670,80)
Prime Video, Globoplay e Disney+ (R$ 543,80 por ano)
ou Globoplay, Disney+ e HBO Max multitelas (R$ 694,70 por ano)
ou DirecTV Go com 2 anos de HBO Max incluso (R$ 699 por ano)
Preços consultados em 4 de outubro de 2021.

Efeito chamariz na Netflix

Preços da Netflix em 2021 (Imagem: Reprodução / Tecnoblog)
Preços da Netflix em 2021 (Imagem: Reprodução / Tecnoblog)

Note que a Netflix tem uma estratégia de preços diferente da concorrência, com três opções diferentes; enquanto Prime Video, Globoplay, Disney+, Star+ e outros contam com um plano só.

Isso pode estar relacionado ao “efeito chamariz” (decoy effect), uma tática de marketing que envolve oferecer três versões de um mesmo produto (Básico, Padrão e Premium) para guiar o consumidor a escolher a opção intermediária (Padrão).

“As pessoas não gostam de se sentir enganadas e não gostam de se sentir mesquinhas; então gravitamos para preços intermediários porque, dentro de um contexto, eles parecem justos”, conforme resume a The Atlantic.

Será que vale cancelar a Netflix?

Mesmo com o aumento, a Netflix conta com a inércia de clientes que simplesmente aceitaram o aumento, sem ter o trabalho de analisar se realmente vale a pena manter a assinatura – mesmo que seja bem fácil cancelar. Mas, feitas todas as comparações, ainda resta a pergunta: é vantajoso sair da Netflix e ir para a concorrência?

Netflix na TV (Thibault Penin / Unsplash)
Netflix na TV (Thibault Penin / Unsplash)

Sim, a Netflix tem a experiência de uso a seu favor: ela costuma ser mais amigável que a concorrência, com menos engasgos na reprodução e maior facilidade de navegação pelo catálogo.

Mas, no fim, essa é uma decisão que varia de pessoa para pessoa, porque serviços de streaming se diferenciam justamente pelo conteúdo exclusivo. Você não verá The Witcher no Disney+, nem Stranger Things no Globoplay ou La Casa de Papel no Prime Video – todas essas séries ficam restritas à Netflix.

Serviços de streaming não são substitutos perfeitos. Por causa disso, há muitas pessoas que não vão migrar para a concorrência: em vez disso, elas vão assinar a Netflix e algo a mais: HBO Max para reassistir Friends ou The Big Bang Theory, Disney+ para The Mandalorian e as séries da Marvel, e assim vai. Por isso, tenha certeza de que a Netflix continuará observando de perto o comportamento dos clientes no Brasil – assim como a concorrência.

Preços da Netflix e rivais de streaming no Brasil

No levantamento do Tecnoblog, ficou explícita a enorme quantidade de concorrentes da Netflix no país: o número só cresce, e escolher entre eles vem se tornando algo cada vez mais difícil. Por isso, reunimos neste link os preços do streaming de vídeo no Brasil em 2021. Juntos, esses 14 serviços passam de R$ 300 ao mês.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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