Queda do WhatsApp e Telegram derruba mensagens de hackers em até 47%

No WhatsApp, grupos de mensagens de cibercriminosos registraram queda em atividade de 47% em relação à semana anterior; Telegram cai 16,74% no mesmo período

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 2 meses
Bolsa de criptomoedas japonesa perde mais de US$ 90 milhões em ataque de hacker (Imagem: Mika Baumeister/Unsplash)
Cibercriminosos foram afetados pela queda do WhatsApp e do Telegram (Imagem: Mika Baumeister/Unsplash)

Com a pane global de apps do Facebook, WhatsApp e Instagram, e a instabilidade do Telegram, na segunda-feira (4), o volume de mensagens trocadas por usuários comuns nessas plataformas caiu, como era de se esperar. Mas o blecaute também afetou hackers e golpistas, que usam os mensageiros e redes sociais para se comunicarem. Segundo a firma de segurança digital Axur, houve queda de 36% no total de mensagens enviadas por cibercriminosos.

Na tarde de segunda, a instabilidade atingiu os principais apps de comunicação no Brasil: WhatsApp, Instagram e Facebook. Isso por sua vez, também afetou hackers e cibercriminosos que aplicam golpes, fraudes e se comunicam pela dark web — local da internet geralmente usado para divulgar atividades ilícitas.

No WhatsApp, fluxo de mensagens caiu 47%

Segundo a Axur, as atividades de grupos de cibercriminosos no WhatsApp registraram queda de 35% de domingo (3) para segunda-feira (4). Em relação ao fluxo de mensagens trocadas na semana passada, houve uma diminuição ainda mais profunda, de 47%. A firma de segurança digital monitora grupos por onde os hackers interagem.

De acordo com o Facebook, a falha global foi provocada por uma configuração em seus roteadores. Um defeito no backbone, ou seja, na rede usada pela empresa para conectar toda a infraestrutura de máquinas e computadores, fez com que usuários não conseguissem enviar mensagens, carregar o feed e publicar posts nos apps da empresa.

Santosh Janardhan, vice-presidente de Infraestrutura do Facebook, disse no blog oficial da rede social que o colapso foi provocado por que os data centers foram desconectados após uma manutenção no backbone:

“Isso foi a origem da interrupção de ontem. Durante um desses trabalhos de manutenção de rotina, um comando foi emitido com a intenção de avaliar a disponibilidade da capacidade do backbone global, que involuntariamente derrubou todas as conexões em nossa rede de backbone, desconectando efetivamente os data centers do Facebook globalmente.”

Instabilidade no Telegram afetou cibercriminosos

A queda dos serviços do Facebook levou muitos usuários a migrarem para o Telegram. A plataforma comunicou ontem que bateu o recorde de novos usuários, ao receber 70 milhões de “refugiados” do apagão do rival, como disse o fundador e CEO Pavel Durov.

Só que o próprio Telegram não aguentou a enxurrada de novos usuários. O app acabou oscilando na segunda, e isso afetou a comunicação entre cibercriminosos. De acordo com a Axur, o mensageiro é mais usado por hackers e “tem sido considerado a primeira opção de comunicação na dark web”.

Entre domingo e segunda desta semana, no dia em que o Telegram ficou fora do ar, a Axur afirma que houve redução de 36,10% no volume de interação entre cibercriminosos. Em relação à semana passada, foi uma queda de 16,74%.

A consultoria também relata que o Telegram caiu não só no Brasil, mas em países como Colômbia, Panamá e Peru. Apesar de não citar locais específicos, Durov disse em postagem que o aplicativo caiu para usuários das Américas.

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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