Pix é usado por 49% dos brasileiros, mas só 3,5% preferem ferramenta do BC

Segundo uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, a maioria dos brasileiros ainda prefere pagar em dinheiro físico; Pix é muito utilizado, mas tem menor preferência

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Pix (Imagem: Divulgação/Banco Central)

Prestes a completar um ano, o Pix já foi usado por quase metade da população brasileira como uma opção para pagar de tudo: compras, serviços e contas. Mas uma pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC) com apoio da Brinks Company, empresa norte-americana de segurança, mostra que a ferramenta é preferência de apenas 3,5% dos brasileiros na hora de efetuar uma transação.

A Fundação Dom Cabral e a Brinks Company ouviram 2 mil pessoas de todas as cinco regiões do Brasil com o objetivo de descobrir as tendências financeiras entre os brasileiros. E os achados são surpreendentes: mesmo com o crescimento exponencial do Pix e com o advento das carteiras digitais, 53,4% ainda preferem dinheiro vivo como principal forma de pagamento.

A maioria dos brasileiros prevê que deve usar cada vez menos cédulas no futuro, mas 44,7% dizem que nunca irão deixar de pensar no dinheiro físico como uma forma de pagar por compras ou serviços. Por mais que a maioria que respondeu à pesquisa da FDC receba seu salário em conta bancária, pouco mais de um terço é pago também em dinheiro vivo.

Os cartões de crédito e débito entram na segunda posição de método de pagamento preferido pelos brasileiros, com 20% e 16,5%, respectivamente. Já o terceiro lugar é ocupado pelo famoso (ou famigerado) boleto bancário, com somente 4,6% de preferência.

Pix é muito usado, mas não muito querido

O Pix é usado por quase metade dos brasileiros. Inclusive, a ferramenta do Banco Central (BC) — que completa um ano na próxima semana — bateu recorde de transações na última sexta-feira (5). No dia, foram registradas 50 milhões de transferências que usaram essa opção de pagamento.

Mas o Pix não é nem de perto considerado como “queridinho” pelos seus usuários. Na verdade, enquanto quase 50% o utilizam em pagamentos, apenas 3,5% preferem pagar usando o mecanismo do BC.

O Pix também faz mais sucesso em algumas gerações do que em outras. Jovens da Geração Z e Y usam mais a opção de pagamento instantânea no dia a dia, com 43,2% e 27,9%. Isso acompanha as estatísticas divulgadas pelo BC: algo entre 6 em cada 10 transferências são realizadas por pessoas de 20 a 39 anos.

Quase metade dos nordestinos não têm conta bancária

De acordo com o coordenador da pesquisa e professor da Fundação Dom Cabral, Fabian Salum, os resultados da pesquisa também reforçam disparidades econômicas regionais do Brasil, onde “grande parte da população ainda sofre as consequências da falta de infraestrutura que acompanha a digitalização”.

Um dos dados que reforça essa desigualdade é a quantidade de brasileiros que ainda não possuem uma conta bancária. Cerca de 38% dos entrevistados não são correntistas de nenhum banco. Essa parcela é maior entre mulheres, com 43,4% não bancarizadas, enquanto aproximadamente um terço dos homens não é usuário bancário.

O percentual de não-bancarizados varia de região para região: o Sul tem o menor índice, com 27,7%. Enquanto isso, o Nordeste tem o maior número de brasileiros sem uma conta no banco, com cerca de 47%.

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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