Xiaomi explica por que celulares com MediaTek demoram mais para receber updates

Celulares com processador MediaTek podem levar mais tempo para receber atualizações; executivo da Xiaomi explica o motivo para a demora

Bruno Gall De Blasi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Xiaomi Redmi Note 10 Pro (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Xiaomi deu explicações sobre a demora para disponibilizar atualizações a celulares com processadores MediaTek. Nesta quinta-feira (11), um executivo da marca chinesa, Li Ming, afirmou que a fabricante de chips taiwanesa leva mais tempo para se preparar para as novas versões do Android em relação à Qualcomm, sua rival. Os detalhes foram revelados em uma publicação feita na rede social chinesa Weibo.

O comentário parte de um questionamento que surge no lançamento de novas versões do Android. Isto porque os smartphones com processadores Snapdradgon geralmente são os primeiros a receberem as novas gerações do sistema operacional. Enquanto isso, os modelos com chips MediaTek levam mais tempo para serem atualizados.

O motivo dessa demora foi esclarecido por Li Ming. Pelo Weibo, o executivo explicou que, antes da liberação da versão final do Android, o Google disponibiliza o código antecipadamente à MediaTek e à Qualcomm. Este procedimento facilita o processo de atualização, já que as duas companhias poderão se preparar com antecedência.

Mas é a partir daí que começa o problema. 

Processador da MediaTek para celulares (Imagem: Reprodução)
Processador da MediaTek para celulares (Imagem: Reprodução)

Xiaomi revela motivo para demora em atualizações

Ainda que o Google disponibilize o código com antecedência, há diferenças no tratamento. Ming disse que a Qualcomm tem várias equipes trabalhando em paralelo para disponibilizar todos os pacotes de uma vez só. A MediaTek, por outro lado, faz a liberação lotes. Por isso existe uma certa demora para que os celulares com o chip da fabricante taiwanesa sejam atualizados.

O executivo também explicou que as atualizações em fases também são uma “escolha inevitável” às fabricantes de celulares. Aqui, ele aponta como motivo a falta de mão de obra suficiente para preparar tudo ao mesmo tempo. Além disso, este método ainda ajuda a evitar que os celulares sejam atingidos por bugs, já que a liberação em etapas oferece mais tempo para as companhias acompanharem o feedback dos usuários.

Poco M4 Pro 5G vem com processador MediaTek em sua ficha técnica intermediária (Imagem: Divulgação/Xiaomi)
Poco M4 Pro 5G vem com processador MediaTek em sua ficha técnica intermediária (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

MediaTek é uma das maiores fabricantes do mundo

As duas companhias estão entre os principais nomes da atualidade. Mas, segundo o CEO da MediaTek, Rick Tsai, a companhia taiwanesa já é a maior fabricantes de processadores para smartphones do mundo. “Continuamos a ganhar participação em todas as regiões do mundo”, disse o executivo em uma conferência com investidores.

A declaração vem um bom momento. A fabricante vem ganhando cada vez mais presença pelo mundo nos últimos meses. Nesta semana, por exemplo, a Xiaomi lançou o Poco M4 Pro 5G com Dimensity 810. Segundo o CEO da MediaTek, a expectativa é de que a participação na América do Norte ultrapasse a margem de 25% em 2021.

Nos últimos meses, novos celulares com chips da MediaTek foram lançados no Brasil. É o caso do Samsung Galaxy M22, que desembarcou no comércio nacional em setembro com MediaTek Helio G80. A Motorola e a Xiaomi também lançaram o Moto G50 5G e Poco M3 Pro 5G, respectivamente, com Dimensity 700 no país.

Com informações: Gizmochina (1 e 2) e Weibo

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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