“Golpe dos nudes”: polícia prende quadrilha que deu prejuízo de R$ 2 milhões

Criminosos por trás do "golpe dos nudes" criavam perfis falsos de garotas jovens, atraíam homens e praticavam extorsão após troca de mensagens eróticas

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Viatura da Polícia Civil de SC

Pelo menos quatro suspeitos de aplicar o “golpe dos nudes” foram presos no Rio Grande do Sul na manhã desta quarta-feira (17). Outros cinco mandados de prisão foram realizados contra detentos de penitenciárias do RS e de SC. Ao todo, 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão contra uma quadrilha estão sendo cumpridos.

A operação foi chamada de Imagem Revelada e está sendo feita em conjunto entre as polícias dos dois Estados. Mais de 60 agentes estão mobilizados para a tarefa, que acontece nas cidades gaúchas de Cachoeirinha, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo e Porto Alegre.

Golpe dos nudes usava perfis falsos para atrair homens

O “golpe dos nudes” consistia em atrair a atenção de homens usando perfis falsos de garotas jovens. Após trocas de mensagens eróticas e fotos sensuais pelo WhatsApp, os bandidos por trás das contas fakes alegavam que os alvos haviam praticado crime de pedofilia, ameaçavam levar o episódio à Justiça e à polícia e até mesmo expor as imagens íntimas da vítima nas redes sociais.

Os criminosos, então, pediam altas quantias de dinheiro para “abafar o caso”. Havia até mesmo bandidos que se passavam por pais da garota e por advogados da família.

Em Cachoerinha (RS), criminosos escondiam dinheiro dentro de ursinho de pelúcia
Em Cachoerinha (RS), criminosos escondiam dinheiro dentro de ursinho de pelúcia (Imagem: Divulgação/PCSCP

A quadrilha mirava homens que aparentavam ter maior poder aquisitivo. Segundo a Polícia Civil do RS, o grupo fez 30 vítimas em SC, com prejuízo estimado em R$ 2 milhões, mas é necessário detalhar as movimentações financeiras do bando para chegar ao valor total. Uma única pessoa chegou a perder R$ 250 mil. Em outro estado, uma vítima tirou a própria vida.

Segundo André Anicet, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Deic, os golpistas usavam até nomes de delegados para praticar as extorsões. O inquérito foi instaurado a partir da denúncia de uma vítima catarinense que teria depositado R$ 70 mil sob ameaça.

Com informações: GZH, Correio do Povo.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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