Mais uma empresa de criptomoedas de Cabo Frio some sem pagar clientes

No "Novo Egito", outra empresa de investimentos em bitcoin (BTC) e outras criptomoedas é acusada de ser pirâmide financeira

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 4 meses
Investidores não recebem de volta aplicações (Imagem: Ewan Kennedy/Pexels)
Investidores não recebem de volta aplicações (Imagem: Ewan Kennedy/Pexels)

E os golpes com criptomoedas continuam em Cabo Frio, Rio de Janeiro, também conhecido como “Novo Egito” desde que vieram a tona os esquemas de pirâmide e fraudes com moedas digitais na região em agosto deste ano. Agora, mais uma empresa de investimentos em criptoativos chamada Ômega Consultoria anunciou o encerramento de suas atividades e sumiu antes de pagar seus investidores.

Nos últimos dias, clientes da companhia sediada em Cabo Frio vêm denunciando o sumiço dos líderes da Ômega. A empresa anunciou no mês passado o encerramento de suas atividades, planejado para o dia 20 de dezembro, mas prometeu devolver os valores investidos a seus clientes.

Na mesma época, a Ômega Consultoria afirmou que daria prioridade no plano de devolução de contratos menores, para então focar em contratos maiores. No entanto, parece que os líderes da empresa de investimentos não vêm respondendo os investidores, que agora estão ainda mais preocupados em não receber de volta o dinheiro aplicado.

Empresa prometia rendimentos surreais

Estamos falando de mais uma empresa que prometia lucros fixos e mensais muito fora da realidade, justificando os retornos com supostos investimentos em criptomoedas. Os contratos eram fechados com investidores que acreditavam que receberiam 15% de lucro ao mês, a clássica receita de uma pirâmide financeira.

Haviam duas modalidades de investimentos ofertadas pela Ômega Consultoria. Uma das opções pedia aportes de no mínimo R$ 5 mil para garantir o retorno fixo mensal de 15%. Outro tipo de contrato solicitava aplicações de ao menos R$ 100 mil para, supostamente, trazer rendimentos baseados em juros compostos (juros sobre juros) a partir de operações no mercado global de investimentos.

Bitcoin (Imagem: MichaelWuensch/ Pixabay)
Bitcoin (Imagem: MichaelWuensch/ Pixabay)

Segundo sua documentação, a empresa era classificada como “micro” e seu capital social era de R$ 150 mil. Conforme justificava a Ômega, as ofertas seriam viabilizadas pelo uso de bots de negociação de bitcoin em múltiplas corretoras, incluindo a Bitfinex, BitMEX, Binance e Bittrex.

A marca do “Novo Egito”

Mesmo que ainda não exista confirmação de que a Ômega é de fato uma pirâmide financeira, os clientes já estão com poucas esperanças. A Região dos Lagos e mais especificamente Cabo Frio, no Rio de Janeiro, foi apelidado de “Novo Egito” alguns meses atrás após o esquema da GAS Consultoria Bitcoin vir a tona como uma pirâmide financeira bilionária.

O trauma é profundo. A Polícia Federal segue investigando dezenas de outras empresas na região que operam de maneira similar, nascidas do sucesso que a GAS Consultoria fez durante ao menos sete anos de operação.

Com informações: rc24h

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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