Xiaomi tem crescimento nos lucros, mas crise dos chips atrapalha celulares

Receitas e lucros da Xiaomi sobem, mas dificuldades do mercado de smartphones por causa de falta de componentes limitam resultados da empresa

Giovanni Santa Rosa
Por
• Atualizado há 3 meses
Xiaomi Mi 11X Pro (Imagem: Divulgação/Xiaomi)
Xiaomi Mi 11X Pro (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

Nos últimos anos, o crescimento da Xiaomi vem chamando a atenção: a empresa chegou a ser líder em vendas de smartphones em alguns meses de 2021. O mais recente balanço financeiro da marca mostra que os lucros continuam crescendo, mas as vendas de smartphones poderiam ser melhores, se não fosse a escassez de componentes.

De acordo com o documento, a receita total cresceu 8,2% comparando o período entre julho e setembro de 2021 com o mesmo intervalo de 2020. Agora, a cifra atinge 78,1 bilhões de yuans (cerca de R$ 68 bilhões).

O lucro ajustado teve um crescimento mais expressivo, de 25,4%, chegando à marca de 5,2 bilhões de yuans (R$ 4,5 bilhões). A companhia diz que esse resultado foi impactado negativamente pelo cenário global, pela postura da China em relação ao setor de tecnologia e por investimentos de longo prazo da empresa.

Xiaomi cai para terceiro em smartphones

A Xiaomi relata que a MIUI, nome dado ao Android modificado de seus smartphones, atingiu a marca de 500 milhões de usuários ativos mensalmente em novembro de 2021. A companhia também afirma que é líder em entregas nesse setor de produtos em 11 países ou regiões.

Xiaomi Redmi Note 10T 5G (Imagem: Divulgação/Xiaomi)
Xiaomi Redmi Note 10T 5G (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

Os números de consultorias, porém, pintam um quadro mais modesto. A situação ainda é muito boa, mas não tanto quanto as cifras da marca. A marca, inclusive, foi ultrapassada pela Apple. Mesmo assim, ela mantém a terceira posição global, com os mesmos 14% dos produtos vendidos do ano passado.

A verdade é que o mercado como um todo teve uma redução de 6% nos itens despachados. A causa, como você deve imaginar, é a crise global de chips. Com menos componentes disponíveis no mercado, fica mais difícil produzir equipamentos eletrônicos. Os dados são da consultoria Canalys.

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Outras divisões da marca crescem

A Xiaomi é famosa por seus smartphones, mas a empresa tem um portfólio de produtos bastante variado, que vai de itens básicos de casa a patinetes elétricos. E o desempenho de várias dessas linhas é animador.

Os produtos de internet das coisas e lifestyle tiveram um crescimento das receitas de 15,5%, atingindo 20,9 bilhões de yuans (R$ 18,9 bilhões). As receitas de vendas desses produtos fora da China, aliás, atingiu seu recorde.

A empresa também vendeu 3 milhões de smart TVs no mundo todo — na China, ela é líder de mercado pelo 11º ano consecutivo, e está no top 5 global.

Com informações: Xiaomi, Android Central.

Receba mais sobre Xiaomi na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

Relacionados