Kindle Paperwhite (2021): maior, melhor e mais caro
Kindle Paperwhite de 11ª geração (2021) ganhou tela de 6,8 polegadas, ajuste de temperatura de luz e mais desempenho, mas sem perder essência
Kindle Paperwhite de 11ª geração (2021) ganhou tela de 6,8 polegadas, ajuste de temperatura de luz e mais desempenho, mas sem perder essência
Em setembro, a Amazon anunciou o Kindle Paperwhite de 11ª geração (2021). O modelo segue fiel à proposta de permitir que você leia livros em uma tela que tenta imitar papel. Se é assim, o que justifica essa atualização? A promessa de uma experiência de leitura melhorada.
Na nova versão, os aprimoramentos consistem principalmente em um visor maior, de 6,8 polegadas, mais LEDs para retroiluminação e ganho de velocidade na mudança de páginas.
Em compensação, o preço aumentou: o valor oficial do novo Kindle Paperwhite no Brasil é de R$ 649. Eu sou Emerson Alecrim e testei a novidade por três semanas. Nos próximos instantes, conto se vale a pena desembolsar esse montante.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O Kindle Paperwhite de 11ª geração foi fornecido pela Amazon por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
O novo Kindle Paperwhite é ligeiramente maior que os modelos das gerações anteriores. São 7 mm adicionais na altura e 9 mm na largura. Há um bom motivo para isso: a versão 2021 troca a tela e-ink de 6 polegadas por outra de 6,8 polegadas.
A tela também melhora o aproveitamento do espaço frontal. Com exceção da parte inferior, as bordas do componente ficaram mais finas. O efeito é percebido já nos primeiros minutos de uso: você consegue potencializar a experiência de leitura deixando a fonte maior ou fazendo mais texto ser exibido na página.
Mas não pense que a tela maior transformou o Paperwhite em um trambolho. O leitor de ebooks continua sendo um dispositivo bastante compacto. Provavelmente, você só irá perceber as dimensões maiores se colocar a nova versão ao lado de um modelo de geração anterior.
Só para constar, a densidade de pixels da tela continua em 300 ppi.
A Amazon teve o cuidado de incrementar a tela maior com mais recursos de iluminação. A geração anterior do Kindle Paperwhite tem cinco LEDs no visor; a nova traz 17.
De acordo com a companhia, o brilho máximo ficou 10% mais intenso, o que garante boa visualização da tela mesmo quando você estiver usando o dispositivo na beira da piscina em um dia ensolarado, por exemplo.
Além disso, a quantidade aumentada de LEDs otimiza a distribuição de luz. É mais difícil encontrar pontos de “sombra” no painel, portanto (apesar de que já era difícil identificar essas áreas no modelo anterior).
Um detalhe tão ou mais interessante é o controle de temperatura da luz, um recurso novo no Paperwhite. Você pode ajustar a tela com diferentes tons de âmbar. Em tese, tons mais quentes — ou seja, “amarelados” — proporcionam mais conforto visual, especialmente à noite.
Provavelmente, a maioria dos usuários usará ajustes intermediários, mas o novo Kindle Paperwhite oferece 24 níveis de brilho e outros 24 níveis de temperatura.
Existe a opção de definir uma faixa de horário para o início e o término do ajuste de temperatura e outra que aplica essa configuração automaticamente seguindo o nascer e o pôr do sol. Faz sentido: tons quentes são ideais à noite porque, pelo menos teoricamente, prejudicam menos o sono do usuário.
Logo após ser ligado pela primeira vez, o Kindle Paperwhite testado pelo Tecnoblog mostrou um aviso de atualização de software. Uma atualização bem-vinda, pois deixa a interface um pouco mais limpa e melhora a usabilidade do dispositivo, ainda que sutilmente.
Por exemplo, a tela de abertura agora exibe dois botões na parte inferior. Com eles, você pode alternar rapidamente entre a tela inicial e a sua biblioteca de livros.
Tem mais. Durante uma leitura, se você der um toque rápido na parte superior da tela, verá ícones mais bem organizados que na interface anterior para ajuste de texto, busca, marcadores e afins.
O diferencial dessa atualização é que, se você tocar no topo da tela e arrastar o dedo para baixo, acessará rapidamente as configurações de brilho, temperatura, modo avião e, como não poderia faltar, modo noturno (escuro).
Que fique claro que essa atualização não é exclusiva do novo Paperwhite. Versões anteriores dessa linha, do Kindle “normal” e do Kindle Oasis também têm acesso a ela.
Não há avanços nos formatos suportados, porém. O sistema do Kindle continua compatível com padrões como HTML, PDF, DOC, Mobi e, obviamente, AZW, que é próprio da linha.
De acordo com a Amazon, a autonomia do Kindle Paperwhite 2021 pode chegar a dez semanas com uma única recarga completa. Trata-se de outro acréscimo importante: a geração anterior, que já tinha boa autonomia, podia alcançar seis semanas.
Não consegui tirar a prova, mas o que os testes feitos para esta análise sugerem é que a duração da bateria continua sendo um ponto forte da linha. Testei o novo Paperwhite por três semanas com leituras diárias de pelo menos uma hora; nesse período, vi a carga da bateria cair de 39% para 22%.
O tempo de recarga de 20% para 100% foi de pouco mais de 1h30min. Neste ponto, vale destacar que, finalmente, o Kindle Paperwhite traz porta USB-C e um cabo no mesmo padrão.
Como o dispositivo se garante na autonomia, é natural a gente prestar mais atenção no uso em si. Aqui também há avanços: a Amazon afirma que o modelo é 20% mais rápido na mudança de página em relação à geração anterior.
É fato que o desempenho melhorou. Além da mudança de página, a abertura dos livros, o tempo de resposta a comandos na tela, os ajustes de fonte e o retorno à página inicial estão mais rápidos. É visível que o novo Paperwhite sofre menos para realizar essas e outras tarefas.
O que torna o Paperwhite 2021 tão interessante é a incorporação de recursos até então disponíveis apenas no Oasis, o modelo mais avançado da família Kindle.
Começa pela tela maior, de 6,8 polegadas, que se aproxima do painel de 7 polegadas do Oasis. Depois vem a interessante função de ajuste de temperatura de luz. Além disso, em termos de desempenho, o novo Paperwhite não fica devendo praticamente nada para o seu irmão mais sofisticado.
Vale destacar também que a nova geração do Kindle Paperwhite mantém características consagradas, como o modo noturno, que deixa o fundo preto e o texto na cor branca, a certificação IPX8, que garante proteção contra água em profundidades de até 2 m, e os 8 GB de armazenamento, capacidade suficiente para você guardar milhares de livros ou documentos.
Esses e os demais atributos são sentidos no bolso: o preço oficial da versão 2021 do Paperwhite, sem considerar descontos ou promoções, era de R$ 649 na data de publicação desta análise. Para fins de comparação, a geração anterior custava R$ 399.
É uma diferença expressiva, por isso, eu só recomendo o novo Paperwhite a quem lê bastante e está comprando um leitor de ebooks pela primeira vez. Como esse é um dispositivo que pode durar vários anos quando bem cuidado, você não vai jogar dinheiro fora se pagar o preço cheio por ele.
O novo Paperwhite também é interessante para quem tem um Kindle antigo. O meu, por exemplo, é uma unidade comprada em 2014 que não suporta o modo noturno, não recebeu a interface atual e tem uma bateria que, apesar de ainda durar bastante, não conta com a mesma autonomia de antes.
Essa é uma circunstância em que a troca pelo modelo mais recente pode valer a pena. Agora, se eu tivesse um Kindle Paperwhite da geração anterior, pensaria duas vezes antes de aposentá-lo. A não ser que você faça questão da tela maior e do controle de temperatura de luz, essa versão ainda dá conta do recado.
Eu não poderia finalizar sem dizer que a Amazon também lançou no Brasil uma versão chamada Kindle Paperwhite Signature. Ela tem preço oficial de R$ 849, mas oferece ajuste automático de brilho, recarga sem fio e 32 GB de armazenamento. Essa capacidade torna o modelo ideal para quem assina o serviço de audiolivros Amazon Audible que, infelizmente, não está disponível no Brasil.
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