Nubank reduz faixa de preço para estreia na bolsa por “condições do mercado”

Nubank diminui estimativa de preço médio para ações negociadas nos EUA e BDRs emitidos para investidores brasileiros devido às "condições atuais do mercado"

Pedro Knoth
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Fachada do Nubank

Prestes a abrir capital na bolsa de valores de Nova York, o Nubank reduziu a faixa de preços de ações e dos chamados BDRs (Brazilian Deposit Receipts), títulos que correspondem a uma fração dos papéis da companhia negociados nos Estados Unidos. Antes, o banco estimava que cada recibo de ação teria valor de R$ 9,82, número que foi reduzido para R$ 7,91. Segundo a empresa, os preços foram ajustados para que o lançamento dos BDRs esteja “alinhado com as condições atuais do mercado financeiro”.

Os BDRs que o Nubank quer emitir para investidores brasileiros fazem parte do programa NuSócios, proposta do banco para transformar clientes em acionistas. A ideia é que, enquanto o banco negocia ações ordinárias NYSE — bolsa de valores de Nova York —, os recibos desses títulos sejam negociados na bolsa brasileira.

Com a redução de valor, o banco estima que cada BDR ainda deve representar um sexto de uma ação ordinária emitida pelo banco. Em comunicado, o Nubank afirma que a mudança não afeta o investimento que já foi feito por membros do NuSócios. “Na prática, uma mesma quantia de dinheiro pode dar a possibilidade de comprar mais BDRs, com um preço unitário menor do que inicialmente estimado”, diz a fintech.

Ações do Nubank devem ter preço reduzido na IPO

Além da redução dos BDRs, o Nubank diminuiu o valor médio previsto para cada ação ordinária classe A, de US$ 10 para US$ 8,50.

Em atualização ao documento protocolado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Nubank estima a emissão de 20,6 milhões de BDRs, que equivaleriam a 3,4 milhões de ações ordinárias do banco na bolsa americana. No total, a companhia prevê a distribuição de R$ 180 milhões em “pedacinhos” no programa NuSócios — o limite de membros pode aumentar em 25%.

O Nubank ressalta que a faixa de preço pode variar novamente até momentos antes do lançamento da IPO do banco. Somente neste momento a empresa será capaz de firmar um valor sobre BDRs e ações ordinárias. A estreia da fintech brasileira na bolsa americana é dia 8 de dezembro. Um dia depois, ela inaugura presença na B3.

Nubank abre possibilidade de ter “investidores-âncora”

Outra mudança feita pelo Nubank é permitir a atuação dos chamados investidores-âncora na IPO: são acionistas que declaram sua intenção em comprar ações emitidas pelo banco. Esse papel serve como um termômetro para o mercado financeiro quanto à procura de investidores por papéis de uma empresa listada na bolsa.

“Esta é uma prática comum no mercado, sobretudo nos Estados Unidos, e demonstra que instituições de peso e investidores globais decidiram já declarar seu interesse em investir na IPO do Nubank”, afirma o banco.

Por fim, a fintech decidiu mudar as regras da IPO para permitir a venda suplementar de ações ordinárias. O mecanismo, conhecido como greenshoe, é feito para manter o preço dos papéis de uma companhia estável pelo primeiro mês após a estreia na bolsa.

Quem vai emitir esse pacote extra de ações será a própria Nu Holdings, controladora do Nubank. O greenshoe vai oferecer mais títulos aos bancos internacionais responsáveis por coordenar a abertura na bolsa. Essa modalidade só vale para ações ordinárias que circularão nos EUA, e não para os BDRs. De acordo com a fintech, o mecanismo pode aumentar o IPO em 10%.

Veja regras para participar do programa NuSócios

Vale lembrar que o Nubank abriu o programa NuSócios, meio pelo qual é possível obter os BDRs, no dia 9 de novembro. O programa deve durar até o esgotamento dos recibos, e há algumas exigências para se tornar um sócio do roxinho:

  • Ter uma conta Nu que não esteja bloqueada para transações;
  • Não estar inadimplente com o banco por mais de oito dias corridos;
  • E ter recebido pelo menos uma operação feita em qualquer produto do Nubank no último mês.

Com informações: Nubank

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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