Review Razer Naga X: para um nicho dentro do nicho gamer

Razer Naga X é mouse focado apenas no jogador de MMO e os botões para atalhos e macros deste público atrapalham outros usos

André Fogaça
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• Atualizado há 9 meses
Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

O mouse Naga X é mais um dentro de uma infinidade de opções da Razer para quem quer vestir a camisa gamer de verdade, além de também ser um dos mais recentes da marca. Ele é uma evolução do mouse conhecido por trabalhar focado nos games MMO, oferece 16 botões programáveis e 12 deles estão agrupados apenas em um lugar, com possibilidade até mesmo de duplicar essa contagem com um recurso da própria fabricante.

O mouse é mais leve e ergonômico quando comparado aos outros modelos da Razer, mas será que essa quantidade de botões não atrapalha a vida? A pegada é interessante? Vale a pena?

Análise do Mouse gamer Razer Naga X em vídeo

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O Razer Naga X foi fornecido pela Razer por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design, usabilidade e conforto

A primeira impressão que o Naga X passa é de ter um telefone na lateral, ser muito grande e desconfortável. De fato, ele não é o melhor mouse para quem vai trabalhar e nem mesmo para todo tipo de jogo. O objetivo da linha Naga está nos MMOs, tanto que em outros, como tiro em primeira pessoa, a experiência pode ser bem ruim – e é, bastante.

Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Eu sofri e esbarrei muitas vezes nos botões laterais, acionando funções diferentes quando levantava o mouse pra continuar o movimento de visão. É justamente por isso que um game com câmera travada no personagem e poucos movimentos de mouse é o foco deste modelo.

Ainda falando sobre os botões laterais do Naga X, você pode configurar atalhos do teclado por aqui, junto de abrir aplicativos ou programas, indo também para a gravação de macros. É um mundo muito bom para acessar tantas informações e opções em um MMO. Mas, sinceramente, em meu uso eu fiquei perdido e pensei que todo esse leque de possibilidades em atalhos poderia estar dividido entre o teclado e o mouse.

Minha maior reclamação está na proximidade dos botões. Frequentemente eu apertei o errado. Sim, eles contam com textura diferente e alguns detalhes para ajudar na memorização, mas no final das contas seria melhor diminuir a quantidade de botões e aumentar o tamanho físico deles, do que lotar a área lateral com tantos.

Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Por outro lado, a pegada em palma ou garra fica confortável pelos apoios presentes para praticamente todos os dedos. O movimento é rápido com o peso de apenas 85 gramas, mas mãos pequenas deixarão os dedos mais distantes dos botões tradicionais de um mouse. No meu caso ficou no limiar e eu sentia que precisaria mover a pegada mais para frente, mesmo que sem necessidade real.

Digo isso por conta da área de clique, que estava dentro do alcance de todos os dedos. Falando neles, os cliques são registrados por um switch óptico da Razer em sua segunda geração. O acionamento dos botões é rápido e o espaço entre começar a pressionar o botão e ouvir o barulho do comando aceito é quase zero, beira o instantâneo. E, não, mesmo sendo gamer, o Razer Naga X não vai acordar toda a casa quando a partida estiver rolando. Ele chega a ser mais silencioso do que outros modelos da própria linha Naga.

O botão de rolagem também não é dos mais barulhentos e a Razer resolveu tirar os acionamentos laterais dele. Este tipo de recurso poderia dar até dois botões extras para contagem total, mas ficou de fora e faz falta até mesmo quando o usuário está em alguma coisa além do próprio jogo.

Logo abaixo da rolagem fica o controle de precisão para o leitor de movimentos, um atalho para configurar até cinco ajustes pré-definidos. Ele é mais rebaixado e faz sentido, evita o acionamento não intencional durante uma partida.

Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Por fim, o mouse apresenta LEDs na parte de rolagem e em todos os botões laterais, mas não no logo da Razer. As luzes podem ser configuradas de diversas formas. Já o cabo é revestido em tecido, oferecendo quase nenhum arrasto e entregando pouca resistência quando flexionado.

Ah, claro, como todos os botões extras estão de um lado e o próprio mouse é desenhado para deixar o dedo anelar repousando em um lugar específico, o Naga X só funciona bem com pessoas destras.

Software e customização

Razer Synapse (Imagem: reprodução/Razer)
Razer Synapse (Imagem: reprodução/Razer)

Ao plugar o Naga X no computador pela primeira vez, certamente o Windows identificará o mouse e vai propor a instalação de um software pro controle das funções, atalhos e macros: o Razer Synapse. A experiência do aplicativo é boa até mesmo para quem não está acostumado com o mundo gamer. Os menus são contrastantes, lúdicos e com poucas opções nas partes básicas, mas ainda assim com dados suficientes para ajustes mais finos.

Razer Synapse (Imagem: reprodução/Razer)
Razer Synapse (Imagem: reprodução/Razer)

Por aqui as luzes são controladas e até mesmo sincronizadas com outros periféricos com LEDs em um setup gamer, que não é bem meu caso. Ainda no Synapse o usuário pode calibrar o movimento do mouse e ajustar manualmente a resolução do sensor, partindo de 100 e indo até 18 mil DPI.

Razer Synapse (Imagem: reprodução/Razer)
Razer Synapse (Imagem: reprodução/Razer)

Todas as configurações podem ser armazenadas em nuvem para baixar depois em um computador novo, ou então no PC da partida.

Mouse gamer Razer Naga X: vale a pena?

Olha só, o mouse gamer Naga X é um produto de nicho, dentro do nicho. Mesmo sendo uma das muitas opções da Razer, ele só faz sentido para quem joga MMO, como um World of Warcraft da vida. Em todos os outros cenários ele atrapalha muito mais do que ajuda, principalmente pelos botões laterais.

Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Razer Naga X (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Olhando para esse cenário, o Naga X poderia ser bacana se entregasse uma opção para diminuir a quantidade de botões e levar alguns macros para o teclado. Como ele é gamer dentro de um público já separado, este pessoal certamente tem um teclado com essas funções de macro. A ergonomia agradece.

Sabe quem tem essa opção de trocar a lateral por menos botões? O Naga Trinity da mesma Razer, que coloca uma lateral magnética para substituir estes 12 botões por dois  ou sete, e toda ergonomia volta a aparecer, além de servir para muito mais do que apenas um tipo tão específico de jogo.

Ele foi lançado por um valor maior, mas no momento da publicação deste review o Naga Trinity pode ser encontrado por aproximadamente R$ 700, praticamente a mesma quantia do Naga X. A resolução máxima do sensor de movimentos não bate em 18 mil DPI, mas a possibilidade de usar um só produto para mais momentos do seu dia, indo até mesmo para assistir vídeos como esse no YouTube, é mais vantajoso.

Enquanto o Naga X custa quase a mesma coisa que o Naga Trinity, eu não consigo recomendar o primeiro. Ele é mais simples e limitado, além de não ter o LED no logo da Razer que tem no Naga Trinity.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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