A Rohm é uma fabricante japonesa conhecida por estar sempre à frente de pesquisas interessantes envolvendo CIs, semicondutores, componentes opto-eletrônicos, módulos passivos de processamento e sub-sistemas.

O mais recente destes projetos é um microprocessador (chip e antena) capaz de transmitir 1,5 Gbps e com potencial para escalar até 30 Gbps.

Como base de comparação, a mais rápida velocidade de transmissão via WiFi (802.11) é hoje de máximos 150 Mbps. Nem mesmo tecnologias que ainda nem saíram do forno, como o padrão iminente do WiGig com um generoso limite máximo de 7 Gbps, chegam perto da performance do novo processador. Embora ele talvez não seja exatamente para o nosso bico.

Além da notável taxa de velocidade, está a recepção e transmissão de ondas de terahertz (300 GHz a 3 THz) por meio de uma antena com apenas 2 cm.

A imagem abaixo indica como o protótipo poderia ser conectado facilmente atrás do seu PC ou de um roteador; mas nenhum dos dois deve ver um desses tão cedo.

Rohmjapanchip
(foto: Rohm Japan)

Apesar da nada entusiasmante nota da empresa de que o novo chip estará no mercado em apenas alguns anos, a Rohm informou que ele não custará mais do que U$ 5,00.

Da mesma maneira que o padrão WiGig (60 GHz de amplitude), quaisquer novos formatos de transmissão que atinjam Terahertz não irão necessariamente substituir o padrão de máximos 2 e 5 GHz comuns em nossas redes domésticas. Ao menos não para o mercado direto de consumo.

A razão para isso se deve ao fato de que a amplitude dessas ondas de transmissão tem uma marca de oscilação sub-milimetral de 0,1 a 1 mm; quase a mesma que o laser, falando em aspectos direcionais. Ou seja, alto nível de direcional (foco) e potencial mais baixo para abrangência. Uma outra coisa para a qual alertam os engenheiros é o fato de que sinais de Terahertz são muitos susceptíveis à radiação atmosférica. Portanto, infelizmente, nada de Terahertz viajando a velocidades absurdas céu afora.

Em suma, sem querer transformar essa importante descoberta em mais uma pedra filosofal de inovação tecnológica, o microchip da Rohm tem um grande potencial para permitir transferências incríveis de dispositivos-para-dispostivos de alto nível, mas não devemos esperar que a trama de cobertura local das nossas cidades seja recoberta com ofertas deliciosas de cobertura para acesso à internet com 30 Gbps.

E esse nem é exatamente o foco da empresa, por assim dizer. A Rohm espera que seu protótipo avance para atingir um impacto maior em outras áreas, como por exemplo a vigilância de segurança ou talvez em tecnologias de processamento de imagem para fins de apoio à medicina.

Atualmente, nos casos de escaneamento corporal-total de segurança (como os que vimos em modernos aeroportos) a regra desse jogo é ditada por scanners de ondas-milímetro (MWS).

Eles utilizam frequências que vão de 30 a 300 GHz de amplitude para conseguirem enxergar o conteúdo dos nossos bolsos e até debaixo de nossas roupas. Sendo a radiação de Terahertz sub-milimétrica, é possível que o escaneamento penetre então alguns milímetros dentro da pele humana. Provavelmente o próximo passo da segurança em aeroportos internacionais de grande fluxo.

Com informações: PhysOrg

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San Picciarelli

San Picciarelli

Ex-redator

San Picciarelli é gerente de projetos e mestre em biotecnologia. Fez parte da equipe de redatores do Tecnoblog entre 2011 e 2012, produzindo artigos de assuntos relacionados à tecnologia, inovação e empreendedorismo. Trabalha com esse assunto desde 2006, mas também tem experiência em design e construção de sites.

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