Pesquisador diz que redes GSM no mundo inteiro estão vulneráveis

Rafael Silva
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• Atualizado há 2 horas

Um pesquisador alemão vai liberar hoje um estudo em que ele mostra que redes de operadoras GSM do mundo todo, e os celulares que se ligam a elas, estão vulneráveis a ataques. Ele descobriu uma falha no padrão 2G da rede GSM, que é um protocolo antigo mas que ainda tem suporte em todos os celulares GSM. E esse suporte deixa todos eles, tanto os aparelhos quanto as redes, vulneráveis.

O problema, segundo o pesquisador alemão Karsten Nohl que descobriu a falha, é a maneira como as operadoras implementam a proteção que o padrão permite. Cada comando GSM tem 23 bytes, mas ele pode ser mais curto que isso. O resto do espaço no comando pode ser usado para as operadoras para criptografá-lo, como por exemplo, inserindo dados aleatórios. Mas nem todas as operadoras fazem isso de forma padronizada. E algumas sequer se importam em criptografar tais dados.

Nohl disse que testou 32 redes de operadoras em 11 países e vai liberar hoje, durante o evento Chaos Computer Club, mais informações sobre o teste no site GSMmap.org, que mostra qual a probabilidade de um celular ser clonado ou ter seus dados roubados em determinadas operadoras. Lá também está disponível uma ferramenta (junto com as instruções de como usá-la) para que você descubra se a operadora que você usa tem uma rede vulnerável ou não.

Em entrevista ao site All Things D, ele disse que em Marrocos, uma operadora sequer se preocupa em criptografar mensagens de texto, comportamento que não acontece em operadoras europeias. Como Nohl descobriu isso? O pesquisador garante que usou apenas um modelo de celular que tem 7 anos no mercado, da Motorola, e um programa de decriptamento.

E para quem acha que Nohl é um nome recente, saiba que ele tem fama na área. Seu nome já apareceu no passado acompanhado de polêmicas envolvendo a quebra de criptografia de cartões do padrão Smartcard em 2008 e também da descoberta do algorítimo de encriptação A5/1 da rede GSM em 2009. Atualmente as redes usam um algorítimo mais poderoso. E por causa principalmente das descobertas de Nohl.

Com informações: Reuters.

Com informações: Reuters.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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