A equipe | Crédito: Emília Silberstei/UNB Agência

Essa semana um grupo de pesquisadores da UnB, Universidade de Brasília, conseguiu um feito importante que deve deixar as próximas votações mais seguras: eles quebraram parcialmente o sigilo de votos da urna eletrônica brasileira. Os testes foram organizados pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral e aconteceram entre os dias 20 e 22 desse mês. A equipe da UnB conseguiu mostrar que, com algum tempo, é possível descobrir a sequência em que os votos foram inseridos no equipamento.

O grupo, composto dos especialistas do Centro de Informática da universidade, Marcelo Karam, Filipe Scarel, Diego Aranha e André de Miranda, conseguiu descobrir a ordem cronológica de 474 dos 475 votos inseridos na simulação de votação. De posse dessa sequência, seria possível assimilar um nome a cada voto se eles tivessem acesso à lista de eleitores que votou na urna, quebrando assim o sigilo completo.

O produto congelante | Crédito: Carlos Humberto/ASICS/TSE

Como quem tem bug, tem medo, o TSE fez um acordo com todas as nove equipes para que eles não liberassem publicamente qual o método usado para invadir a urna. Mas segundo o próprio tribunal mais detalhes sobre essa invasão vão ser relatadas no próximo dia 29. Eles antecipam que foi usado um “produto congelante” para ter acesso à sequência, então eu meio que já tenho uma ideia de como a equipe conseguiu o feito.

Como isso vai ajudar a deixar a urna mais segura? Simples: sabendo dessa vulnerabilidade antes da votação, é possível para o TSE corrigir a falha e implementar as devidas mudanças para que o sigilo do voto não seja quebrado durante uma votação de verdade. Ou ao menos é o que esperamos.

E sim, a segurança física em torno das urnas é bem reforçada e acho bem difícil que alguém se interesse em roubá-la para expor os votos de eleitores sem motivo. Mas lembre-se: estamos no Brasil e eu já vi absurdos maiores.

Com informações: UNB, TSE. Dica dos leitores Marcell e Eduardo.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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