Como identificar um iPhone falso

Telefones falsificados tentam imitar o design do smartphone da Apple e enganam leigos

Melissa Cruz Cossetti
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• Atualizado há 3 meses
Foto por Kārlis Dambrāns/Flickr

Quem frequenta sites alternativos de e-commerce e grupos de compra e venda nas redes sociais em busca de celulares novos e usados já deve ter encontrado algumas ofertas irrecusáveis de iPhones novos com preços bem convidativos e abaixo do varejo.

Em alguns casos, o iPhone falso tenta imitar o design do smartphone da Apple e chega a enganar os mais leigos no assunto, na esperança de comprarem seu primeiro iPhone. Alguns detalhes, porém, ajudam a desmontar a farsa dos celulares falsos (feitos para se parecerem com os aparelhos mais famosos) que, quase sempre, são vendidos sem nota fiscal e sem os acessórios originais como fones de ouvido e/ou carregador.


Apesar da aparência das réplicas serem quase sempre idênticas a de um original, os celulares falsificados não tem o mesmo desempenho que os originais. São telefones fabricados com peças, câmeras, processador e até software diferentes (por isso eles são mais baratos) e não passam pelo controle de qualidade da fabricante original.

Como não cair em uma fria comprando um iPhone falso

Se você estiver fazendo pesquisas de preço, algumas dicas podem ajudar a verificar se trata-se de um iPhone original. A opção mais segura é comprar em lojas oficiais da Apple ou em varejistas autorizados. Tenha com você, também, a lista atualizada do Procon-SP “Evite estes sites” que revela centenas de lojas para não comprar.

O que observar em um iPhone falso

Selos da Anatel e FCC: essas informações são referentes aos órgãos governamentais (Federal Communications Commission – FCC e Anatel) na parte traseira do aparelho. Em modelos mais novos, como iPhone 8 ou X, não há essa informação na traseira (exceto se ele tenha sido comprado em algum país da União Europeia).

Cores: nem todo modelo de iPhone está disponível nas cores que aparecem à venda. Confira no site da Apple quais são oferecidas para o modelo que você quer comprar.

Entradas de fone de ouvido e carregador: os modelos mais novos usam apenas a Lightning e dispensam a entrada P2. Algumas carcaças falsas ignoram esse detalhe. Ou, quando são cópias de modelos com entrada para fone, posicionam em outro lugar.

iOS, iTunes e App Store: celulares originais rodam o sistema operacional móvel da Apple, o iOS, nunca Android. E apresentam na tela de início apenas uma maçã (símbolo da companhia). O download de aplicativos é feito pela App Store (procure por esse app) e, ao se conectarem ao computador com o iTunes, são automaticamente reconhecidos.

iPhones falsos não serão reconhecidos pelo iTunes no computador. Na maioria dos casos são nomeados na máquina como um hard disc, um pendrive ou drive externo.

Siri: a assistente do iPhone pode ser uma boa ajuda para reconhecer aparelhos falsos, mesma ela não dando as caras. A assistente virtual é exclusiva e só funciona no original. Tente acessar a Siri e, se interface aparecer, trata-se de um original. Se a Siri não aparecer ou funcionar corretamente, o aparelho é falso. Vale notar que a Siri pode ser desativada (o que não acontece deliberadamente), mas nunca removida do dispositivo.

IMEI e número de série: um IMEI (International Mobile Equipment Identity) é o número de identificação do celular. Trata-se de um código único. Você pode observá-lo na traseira da caixa original, na traseira do celular e na bandeja do cartão SIM. Com o celular ligado, encontre o número em Ajustes > Geral > Sobre. Agora, compare se todos são iguais.

Verifique o número de série do celular, outra combinação única usada para obter suporte e manutenção da Apple. Vá novamente em Ajustes > Geral > Sobre. Pegue o número e cheque, no site da Apple, se é válido e se o aparelho está na garantia. Sendo original, você saberá mais detalhes. Se for falso, o sistema não reconhecerá.

Qualidade da tela e da câmera: os iPhones têm uma tela chamada display retina, com tecnologia 3D Touch (a partir do iPhone 6 Plus). Em geral, as falsificações usam telas de resolução mais baixas, assim como as câmeras que são mais lentas na hora do clique e com resultado bem inferior para fotos e vídeos. Compare com outros modelos de telefones por perto e, se possível, com outro iPhone.

Especificações técnicas: ofertas de iPhones com 8 GB ou 16 GB de espaço de armazenamento interno podem ser enganosas. A fabricante do smartphone trabalha com o mínimo de 32 GB (desde o iPhone 7) e oferece versões com 64 GB, 128 GB e 256 GB.

Botão Home e Touch ID: o iPhone mudou o design do botão Home que antes era mecânico e agora é mais sensível, detectando a pressão do dedo. Os modelos mais novos também trazem um leitor de digitais. Vá em Ajustes > Touch ID e tente cadastrar seu dedo como identificação (a partir do iPhone SE). Se você não conseguir, é falso.

Acabamento, peso e acessórios: iPhones falsos geralmente são mais pesados, oferecem uma sensibilidade não tão boa do touchscreen, demoram mais para carregar a bateria e têm sinais perceptíveis de um acabamento distante do padrão de qualidade Apple. Carregador e fone de ouvido, quando presentes, também são diferentes dos originais. Peça para ver o conteúdo da caixa e verificar a presença desses elementos.

Recursos não originais: é comum encontrar entre os iphones falsificados ofertas “recursos extras” como TV Digital, loja de aplicativos alternativas, jogos embutidos, dual-sim (iPhone com dois chips) e outras funções que a Apple ainda não adotou.

Segurança: lembre-se que dispositivos falsificados, sem controle de qualidade ou selos de homologação, dificilmente passam em testes de segurança e podem ser nocivos à saúde (usando metais pesados e substâncias tóxicas na montagem). Esses aparelhos também não estão livres de erros de projeto e fabricação que podem fazê-los explodir enquanto carregam na tomada ou deformar por baixa resistência dos seus materiais.

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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