Suturas eletrônicas usam sensor de temperatura para impedir infecção

Rafael Silva
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Um grupo de pesquisadores liderados pelo professor John Rogers, da Universidade de Illinois nos EUA, publicou recentemente uma pesquisa sobre um novo desenvolvimento em um item da medicina que não tem muito espaço para ser desenvolvido: as suturas. O grupo conseguiu criar um tipo de sutura eletrônica inteligente que não só mede a temperatura de onde está aplicada como pode impedir infecções.

Para criar essas suturas o grupo primeiro extrai um pedaço ultrafino de sílica e “carimbam” essa camada numa fita de polímero ou seda. Depois disso, eles colocam por cima os eletrodos, responsáveis por detectar as mudanças de temperatura, e filamentos de ouro, que aquecem quando eletricidade passa por eles. Tudo isso na escala dos nanômetros.

Sutura eletrônica: esquentadinha de propósito | Crédito: John Rogers

São dois sensores na sutura: um de sílica e outro de platina que reagem com a temperatura do local onde estão e geram eletricidade. Se houver mudança de temperatura, indicando potencial infecção, os filamentos de ouro aquecem e previnem o início da infecção. Em testes, os pesquisadores conseguiram atravessar o filamento na pele e ainda fazer nós sem deteriorar os eletrônicos, o que Rogers considerou um sucesso.

A próxima ideia de Rogers para as suturas eletrônicas é fazer com que elas sirvam de método para injetar drogas no organismo de uma maneira programada. Para isso basta cobrir os sensores eletrônicos com certas drogas que reagem à temperatura ou pulsos elétricos.

Se combinado com a tecnologia de criação de tecidos eletrônicos com nanofios sobre a qual falei ontem, teremos um potencial cyborg que pode se reparar sozinho – ou pelo menos evitar infecções. E essa ideia certamente não ameaça o futuro da humanidade nem um pouco. Certo? CERTO?

Com informações: Technology Review.

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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