Por que o Nexus 4 não funciona em redes 4G LTE?
Android "puro" ficaria nas mãos das operadoras
Android "puro" ficaria nas mãos das operadoras
Hoje mais cedo o Google apresentou ao mundo a nova linha Nexus, dessa vez com tablets de Asus e Samsung, além do smartphone Nexus 4 desenvolvido pelo buscador e fabricado pela sul-coreana LG. Na especificações não há qualquer sinal de conectividade por 4G LTE. Esqueceram-se deste pequeno detalhe? Na verdade, não – o Google tem seus motivos para deixar a banda ultralarga móvel de fora.
O site americano Verge conversou com Andy Rubin, executivo que cuida de Android, sobre os rumos dos smartphones Nexus. Curiosamente, o Galaxy Nexus (Galaxy X para Brasil) apresentado no ano passado em parceria com a Samsung inclui o suporte ao LTE nos Estados Unidos. Passou quase um ano e, na renovação da linha, somente o HSPA+ marca presença.
De acordo com Rubin, o Google está comprometido em oferecer a melhor experiência em todas as redes. Além disso, sabemos que a linha Nexus inclui o Android “puro”, sem modificações de operadoras. O Google evita ao máximo negociar com as operadoras, tão importantes no mercado de venda de celulares dos Estados Unidos como o são também no Brasil. Sem auxílio das operadoras fica impossível implementar o 4G LTE.
Algumas operadoras americanas no GSM até permitem aparelhos desbloqueados (caso do Nexus 4) conectado a suas redes. Porém, o alcance dessas operadoras é muito limitado. Haveria o esforço de incluir o rádio compatível com 4G LTE para, no fim das contas, ter público-alvo de até 135 milhões de consumidores aproximadamente.
Considere que o Nexus nunca foi um aparelho superpopular e você percebe que o buscador não tem motivos para correr para o 4G LTE.
E ai tem a Verizon Wireless, operadora com a mais ampla rede de 4G em território americano. Cobre 400 municípios com potencial de 250 milhões de consumidores. A Verizon depende do CDMA e força negociações com fabricantes de smartphones para autorizar a conexão dos aparelhos em sua rede. Ou seja, o Google ficaria a mercê das demandas da Verizon Wireless para fazer um Nexus 4 compatível e – mais importante – aceito na rede da Verizon.
Outro problema: atualizações do Android. Visto que qualquer Nexus roda o Android “puro”, o Google simplesmente precisa liberar a mesma atualização para os consumidores. De novo, a Verizon exige que a atualização sem fio (OTA) passe por certificação e homologação antes de chegar aos assinantes.
Sem falar nos diversos mercados internacionais que utilizam frequências diferentes daquelas em operação nos Estados Unidos, o inegável mais importante país para o Google. Por mais que queiram, ainda não há uma forma de produzir um mesmo aparelho que chegue a todos os principais mercados sem desenvolver para cada um deles um modelo ligeiramente diferente.
Isso tudo custa dinheiro. O Google quase não ganha dinheiro com o Nexus (se é que não o subsidia). Faça as contas. Melhor ficar no HSPA+ mesmo.
Quem sabe no Nexus 5 não virá com uma placa de comunicações 4G LTE compatível com a maioria dos países? Torçamos.
De acordo com o Google, o Nexus 4 restrito a GSMA/HSPA+ funciona em mais de 200 redes ao redor do mundo.
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