Netflix cresce fora dos EUA e promete novos planos de streaming

Perfis personalizados para assinantes devem chegar ainda esse ano.

Rafael Silva
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• Atualizado há 1 semana

O Netflix anunciou ontem seus resultados financeiros para o primeiro trimestre do ano, algo que toda empresa com ações na bolsa de valores precisa fazer. E nesse anúncio, o CEO da empresa Reed Hastings, revelou alguns dos planos que tem para o serviço ao longo do ano.

A grande novidade foi mesmo o novo plano de streaming. A partir desse mês, usuários americanos e britânicos poderão assinar um novo plano que permite que até quatro dispositivos diferentes assistam ao Netflix usando a mesma conta. Esse plano é direcionado especificamente a famílias, embora a empresa preveja que menos de 1% da sua base de assinantes vá mesmo compartilhar uma conta. Hastings não disse se planeja lançar o plano fora dos EUA ou Reino Unido ainda.

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Para que uma conta seja usada por múltiplos membros de uma família sem que eles tenham seus gostos misturados, o Netflix criou a opção de ter perfis personalizados para cada um, como mostrado acima. A funcionalidade foi demonstrada na CES desse ano e vai ser disponibilizada, segundo o CEO, nos próximos meses e em todos os mercados em que a empresa atua.

Falando em base de assinantes, o Netflix vai muito bem obrigado. Ao todo, a empresa tem 36 milhões de assinantes no mundo, 34 milhões deles pagantes e 29 milhões só com plano de streaming, sem DVDs. Ao longo do primeiro trimestre, mais de 3 milhões de assinantes foram adicionados, sendo 1,02 milhão fora dos EUA. Do total, o Netflix tem hoje 7,14 milhões de assinantes de plano de streaming que não estão nos Estados Unidos, que é uma significativa fatia do negócio.

Sobre o aumento da mensalidade no Brasil, Hastings diz aos acionistas que foi um aumento devido à “inflação local nos últimos dois anos”. A resposta da assessoria foi de que o imposto pago cresceu proporcionalmente em relação ao valor da assinatura anterior.

Já o conteúdo original criado pela empresa, segundo o CEO, tem feito bastante sucesso e ele acredita que, a longo termo, vai ajudar a reter assinantes. Ele compara a criação de novas temporadas de House of Cards a um aclamado sucesso de uma autora britânica: “Harry Potter não foi um fenômeno no primeiro livro, quando comparado com os demais livros da série”.

Conteúdo mais perto dos usuários brasileiros

Mesmo sendo uma empresa de capital aberto, o Netflix não precisa divulgar números detalhados sobre os mercados em que atua. Mas faz isso de vez em quando, como por exemplo com o ISP Speed Index. O site mostra uma média de velocidade dos provedores usados pelos assinantes do Netflix, relatando qual tem a velocidade média mais alta e qual tem a mais baixa.

Notoriamente, o site não inclui o Brasil. Mas é possível angariar alguns dados de outro lugar. Em uma apresentação no PTT Fórum 6 em dezembro do ano passado aqui no Brasil, o estrategista de rede do Netflix, Flávio Amaral, divulgou certas informações. Na sua apresentação (PDF), Flávio diz que o serviço já ultrapassou picos de 20 gigabits por segundo de tráfego no Brasil e só cresce.

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Para não afetar tanto a rede das operadoras, a empresa disponibiliza um OCA, ou Open Connect Appliances, um hardware desenvolvido especificamente por eles para instalação gratuita em provedores com o objetivo de cachear conteúdo. Com isso, os vídeos chegam mais rápido aos seus assinantes no país e os provedores podem economizar em tráfego internacional, algo bastante apreciado.

A título de curiosidade, atualmente o Netflix tem dois PTTs no Brasil: um com 20 gigabits por segundo de capacidade e outro com o dobro disso, ambos com suporte tanto a IPv4 quanto a IPv6. Como o mais recente foi ativado no final do ano passado, é possível prever que o Netflix planeja se expandir ainda mais no Brasil esse ano – e já está até pronto para a mudança de endereços da internet, quando isso acontecer.

Com informações: Crave. Crédito da imagem: GigaOm.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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