Na semana passada a Netflix anunciou seus resultados fiscais, mostrando que tem crescido bastante nos mercados internacionais fora da nave-mãe nos EUA. A empresa aproveitou também para anunciar um novo plano de streaming, com capacidade para até 4 aparelhos ao mesmo tempo. Originalmente, esse plano estaria restrito para os EUA e Reino Unido, mas ao que tudo indica ele vai chegar ao Brasil em breve.

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Atualmente, assinantes brasileiros do serviço podem fazer streaming em até dois dispositivos ao mesmo tempo. Isso quer dizer que, com uma conta só, é possível assistir vídeos diferentes em um iPad e Android simultaneamente, por exemplo. Mas se a mesma conta tentar ativar o streaming para um terceiro aparelho, não vai conseguir. Com o novo plano, o limite é aumentado para quatro aparelhos ao mesmo tempo.

Segundo a assessoria de imprensa do Netflix, o mesmo plano estará disponível no Brasil por R$ 25,90 ao mês – embora não tenha data para ser lançado no país ainda. Nos EUA, o plano vai custar US$ 11,90 quando for lançado e no Brasil o preço de R$ 25,90 parece encaixar bem com a conversão do dólar atual. Mas fico curioso com um aspecto específico do novo plano: como será feito o controle dos quatro acessos à conta. Isso, a empresa ainda não diz.

Compartilhamento de contas recebe benção?

Em um país que está acostumado a piratear todo o tipo de conteúdo, é natural que dois usuários pensem em assinar o plano básico com o objetivo de compartilhar a conta. Então um plano que permite o compartilhamento entre até 4 usuários é praticamente abençoar essa atitude, certo?

Reed Hastings, CEO da Netflix, diz que não. Ele espera que menos de 1% da base de assinantes americanos do Netflix realmente faça isso. E é claro que, como CEO da empresa, ele precise afirmar isso publicamente para não espantar os acionistas e estúdios de Hollywood que têm conteúdo dentro do serviço. Mas 1%, a meu ver, é um número pouco realista.

Por enquanto, os termos de serviço da Netflix não refletem o novo plano. Eles dizem que um usuário dono de uma conta pode compartilhar a senha com outros membros da família, com o objetivo de facilitar o acesso à biblioteca de vídeos do serviço – desde que o dono da conta se certifique de que todos os membros façam uso legítimo dela. E os termos também dizem que “A Netflix se reserva no direito de colocar uma conta em espera” com ou sem aviso, para se proteger no caso de atividades fraudulentas.

Como é feita a detecção de atividades fraudulentas e como o serviço vai fazer para evitar falsos positivos é algo a ser discutido. O mais provável é que, perto do lançamento do novo plano de streaming, os termos sejam atualizados e passem a dizer, com todas as letras, o que um usuário pode ou não fazer com sua conta.

Com informações: PortalTech.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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