Já se imaginou acessando a internet via rede Wi-Fi disponível em pleno alto-mar? Pois saiba que esta possibilidade não está tão distante assim: um grupo de pesquisadores da Universidade de Buffalo, em Nova York, Estados Unidos, está trabalhando justamente em uma tecnologia de comunicação sem fio subaquática.

As redes wireless que usamos no dia a dia funcionam por meio de ondas de rádio. Não chega a ser impossível utilizar tecnologias do tipo debaixo d’água, o problema é que aspectos como alcance e estabilidade da comunicação acabam sendo severamente limitados.

A alternativa encontrada pelos pesquisadores de Buffalo consiste em fazer transmissões a partir de ondas sonoras, que se propagam mais facilmente em ambientes submersos. A ideia não é nova, na verdade. A National Oceanic and Atmospheric Administration, por exemplo, um órgão norte-americano que trata de meteorologia e oceanos, utiliza ondas sonoras nos sensores que detectam tsunamis e outras anormalidades no mar.

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O pessoal da Universidade de Buffalo sabe que já existe este tipo de tecnologia, mas quer desenvolver um padrão. Isso porque, até o momento, cada entidade que se aventura em comunicação por ondas sonoras utiliza especificações distintas em seus sistemas, o que dificulta o compartilhamento de informações.

Os primeiros testes desta pesquisa foram realizados recentemente no lago Erie, convenientemente perto do campus de Buffalo. Dois sensores foram jogados na água e conseguiram transmitir informação um para o outro a partir de um laptop de maneira satisfatória.

Isso significa que, eventualmente, será possível ter acesso à internet no meio de um mundaréu de água. Mas a ideia, por ora, não é permitir que você possa enviar fotos em tempo real do seu cruzeiro para as inimigas ou passar os últimos momentos da sua vida tuitando em caso de dilúvio.

O objetivo principal dos pesquisadores é um criar um sistema de comunicação mais preciso e rápido para emitir alertas sobre tsunamis, avaliar a poluição da água em caso de vazamento de petróleo, monitorar espécies marinhas e assim por diante. Com a padronização, estas informações poderiam facilmente ser acessadas em um smartphone, por exemplo.

Mais detalhes sobre a tecnologia só serão revelados no mês que vem, em um evento sobre comunicação subaquática a ser realizado em Taiwan.

Com informações: BBC

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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