Protótipo de headset pode ser eficaz no controle das emoções durante um jogo
Atire a primeira pedra quem nunca ficou com muita raiva de um jogo e arremessou o joystick para longe. Games mexem com nossos nervos de uma forma que, às vezes, não conseguimos controlar, seja chorando copiosamente, dando gargalhadas, ou mesmo ficando muito p* da vida e dando o famoso “ragequit”.
Pensando nisso, Sam Matson, um designer de Seattle, criou um headset bem diferente, que ajuda os jogadores no aprendizado do controle da raiva. O protótipo, batizado de Immersion, monitora a frequência cardíaca do jogador, e aumenta a dificuldade do jogo caso ele esteja nervoso demais.
Inspirado ao ver as reações de seu irmão durante partidas de Call of Duty, Matson começou modificando um controle de Xbox para que monitorasse a taxa cardíaca do usuário. “Meu irmão gritava frustrado para a tela, por estar perdendo. Ele é normalmente um bom jogador de COD, mas quanto mais frustrado ficava com isso, mais ele apanhava no jogo. Eu já estava fazendo pesquisas na área de biométrica, então decidi mesclar isso com os videogames e endereçar esse fenômeno da ‘gamer rage'”, explicou ao site Gizmag.
O primeiro passo foi trabalhar em um jogo utilizando a engine Unity, modificando o template com sua própria inteligência artificial nos inimigos, então adicionar um leitor de sons para interpretar os dados de pulsação. Depois de hackear o controle do Xbox para instalar controles biométricos, veio a ideia de um headset, mais anatômico, para dar mais consistência à peça.
Parece coisa de Professor Pardal, mas é interessante: um sensor ótico de pulsação presente na parafernalha monitora mudanças de cor na orelha do jogador para chegar até uma frequência cardíaca aproximada, então os dados são transferidos para o jogo por Bluetooth.
O projeto não conseguiu coletar dados suficientes para chegar a laudos conclusivos sobre quão competente o headset é no tratamento da raiva, mas seu desenvolvedor garante ter notado jogadores se auto-controlando enquanto jogam utilizando o dispositivo: “Eu acho que mais pessoas estão surpresas por ver suas frequências cardíacas aumentarem quando entram em combate”.
Embora seja uma ideia digna de financiamento colaborativo, Immersion não tem previsão concreta para ser lançado comercialmente – não por falta de vontade de seu criador: “eu acredito que a popularização dos jogos está se tornando muito mais experimental com a introdução de boas plataformas abertas, como o Ouya e o Oculus Rift. Acho que aí existe um alto potencial para rastrear o gerenciamento de stress. Eu posso ver alguma variação dessa tecnologia sendo usada por empregadores avaliando candidatos a empregos ou talvez até mesmo o Departamento de Veículos Motores utilizando como parte do exame para carteira de motorista”.