Tendo uma base de dados tão grande e variada, o Facebook pode se dar ao luxo de testar e desenvolver tecnologias sofisticadíssimas. O DeepFace está entre elas: trata-se de um software experimental que, no atual estágio, pode identificar rostos em imagens quase tão bem quanto você, mesmo em condições adversas.

De acordo com os desenvolvedores do projeto, os humanos são capazes de acertar em 97,53% das vezes se duas fotos de indivíduos desconhecidos são da mesma pessoa ou não, inclusive se uma das imagens estiver em preto e branco ou com nitidez reduzida, por exemplo. O DeepFace, por sua vez, é capaz de acertar em 97,25% das tentativas, uma taxa bastante alta para um software.

Este feito se deve a uma área já clássica da computação, mas que vem sendo cada vez mais estudada por empresas como Google, Netflix e o próprio Facebook: redes neurais artificiais – explicando rapidamente, algoritmos que fazem os computadores processarem dados de uma maneira que lembra a forma como o cérebro trabalha.

Em outras palavras, o DeepFace é um software de inteligência artificial que aprende a identificar padrões em grandes volumes de dados e que fica mais preciso à medida que esta tarefa vai sendo realizada.

Mesmo fotos em que o rosto está voltado para um lado podem ser identificadas pela tecnologia: para estes casos, o programa é capaz de aplicar modelos 3D de forma que a cara da pessoa na imagem “gire”, ou seja, fique virtualmente de frente à câmera.

Para efetivamente treinar o DeepFace, os desenvolvedores utilizaram uma rede neural baseada em nove camadas de neurônios simulados (ou “nós”) e que gerou mais de 120 milhões de conexões entre eles. Este sistema analisou cerca de 4,4 milhões de fotos de aproximadamente 4 mil usuários do Facebook (não identificados, é claro) para os testes. Foi daqui que saiu a taxa de 97,25% de acertos.

Ao menos por enquanto, o DeepFace é apenas o resultado de uma extensa pesquisa, tanto que o projeto será apresentado na CVPR 2014, conferência sobre computação e reconhecimento de padrões. Mas, é claro que o Facebook poderá aproveitar a tecnologia em seus serviços.

A hipótese mais provável é que o DeepFace seja usado para identificar usuários automaticamente em fotos e evitar que você seja marcado na imagem de alguém com feições parecidas às suas. É verdade que o software ainda não é capaz de executar estas tarefas, mas quem garante que a empresa já não esteja trabalhando nisso?

Com informações: MIT Technology Review

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.