No último sábado, um designer chamado Darrel Whitelaw publicou no Twitter uma imagem que mostra uma de suas pastas no Dropbox bloqueada por suposta violação de direitos autorais. O tweet teve tanta repercussão – certamente, mais do que Whitelaw esperava – que muita gente presumiu que o bloqueio consiste em um recurso novo ou mesmo que funcionários do serviço vasculham contas à procura de material ilegal. Mas não é bem assim.
Como acontece com a maioria do serviços online com base nos Estados Unidos, o Dropbox precisa se sujeitar às leis da DMCA (Digital Millenium Copyright Act) que, entre outras regras, determina que conteúdo irregular seja indisponibilizado caso o detentor de seus direitos assim solicite.
Ao TechCrunch, a empresa explicou que, toda vez que recebe uma notificação de violação de direitos autorais, o link denunciado é bloqueado, mas o arquivo permanece intacto na conta do usuário. Foi o que aconteceu no caso de Darrell Whitelaw. Esta é a maneira que a companhia encontrou de evitar que o arquivo seja compartilhado e lhe traga problemas com a lei.
A parte mais interessante vem agora: para evitar que os usuários gerem novos links para compartilhamento de materiais bloqueados, o Dropbox implementou um sistema de verificação que calcula o hash dos arquivos. Os hashes associados a arquivos protegidos por lei são então registrados em uma espécie de “lista negra”.
Assim, caso o usuário tente compartilhar um material anteriormente não disponibilizado, o sistema fará o seu bloqueio automaticamente e de maneira imediata, pois o cálculo de hash de um arquivo que não sofreu alterações, mesmo quando se trata de uma cópia, resultará sempre no mesmo código.
Em resumo, o sistema de proteção do Dropbox funciona assim: cada vez que o usuário fizer upload de um arquivo para compartilhá-lo, a sua respectiva hash é calculada; caso o código seja igual a qualquer um dos existentes na lista de bloqueio, o compartilhamento é impedido no mesmo instante.
Pode até parecer exagero, mas desta forma o Dropbox consegue evitar problemas legais e conta com uma arma a mais para impedir que links para conteúdo armazenado em seus servidores sejam compartilhados em fóruns ou páginas de download, por exemplo.
No final das contas, é um sistema interessante e que indica que nenhum funcionário fica a todo instante checando o que é válido ou não nas contas dos usuários (embora isso seja possível). Tampouco estamos diante de uma ideia nova: o Dropbox utiliza hashes há anos, não só para verificar conteúdo ilegal, como também para evitar que haja dois ou mais arquivos exatamente iguais em seus servidores, poupando recursos de armazenamento.