Amazon começa a vender livros em papel no Brasil

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana
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Faz seis meses que a Amazon iniciou a venda de produtos físicos no Brasil, começando pelos leitores de ebooks Kindle e seus acessórios. Nesta quinta-feira (21), a loja passa a comercializar também livros impressos. Segundo a Amazon, que promete preços baixos e alguns diferenciais no processo de compra, mais de 150 mil obras em português estão disponíveis.

Mesmo no primeiro dia, a variedade de livros impressos já ultrapassou a de ebooks. Quando entrou no Brasil, na madrugada de 6 de dezembro de 2012, a empresa possuía 13 mil livros digitais para o Kindle no nosso idioma. Quase dois anos depois, o número passou para 35 mil ebooks em português, o que ainda é menos de um quarto das obras em papel.

Ao acessar a página de um livro que possua versão digital e versão impressa, você verá os dois preços e poderá escolher entre eles. O esquema da Amazon é o mesmo de outros países, o que significa que você pode optar por diferentes versões de um mesmo livro. A Culpa é das Estrelas, por exemplo, possui duas capas diferentes na Amazon, uma por R$ 17,90 e outra por R$ 19,30.

Em uma pesquisa rápida, achei engraçado como o ebook se mostra mais caro que o livro em papel em alguns casos, como em Eu Sou Malaia (R$ 19,90 pelo papel, R$ 22,80 pelo ebook), 1984 (R$ 26,41 pelo papel, R$ 28,02 pelo ebook) e Desastre Iminente (R$ 17,80 pelo papel, R$ 22,80 pelo ebook). Mas, no geral, os preços dos livros físicos estão próximos aos dos ebooks e condizentes com o que já encontramos em outras lojas.

Nem sempre bits são mais baratos que celulose
Nem sempre bits são mais baratos que celulose

Como diferenciais, a Amazon oferecerá frete grátis para pedidos acima de 69 reais e um recurso chamado “Leia Enquanto Enviamos”. Ao comprar livros impressos, você poderá ler a amostra digital no computador, smartphone ou tablet enquanto o produto não chega. Isso não funciona sempre: hoje, 13 mil livros suportam a novidade.

Segundo o UOL Economia, a Amazon terá uma espécie de “entrega expressa” para algumas regiões da cidade de São Paulo. Em CEPs selecionados, quem comprar livros antes das 11h poderá optar por recebê-los no dia seguinte. Neste primeiro dia, pelos meus testes, a opção ainda não estava disponível com um CEP da Avenida Paulista (01311-000). O frete de 1 a 2 dias úteis, com apenas um livro, foi baixo: R$ 1,90.

G1 cita mais dois pontos interessantes. Primeiro, o prazo de devolução dos livros físicos será de 30 dias, bem mais que os 7 dias definidos pelo Código de Defesa do Consumidor. Segundo, o prazo de entrega será mais “realista”: se um livro pode ser entregue em 8 dias, mas existir a possibilidade de chegar em 10 dias, a Amazon informará o prazo mais longo, o que deve evitar algumas frustrações.

De acordo com a Amazon, hoje o segmento de ebooks no país ocupa uma fatia de 4% a 5% do mercado de livros, número que Alex Szapiro, diretor da Amazon no Brasil, admite não ser muito representativo — mas sem deixar de lembrar que a parcela “era praticamente inexistente” há dois anos, antes da chegada da empresa ao Brasil.

Por enquanto, as vendas físicas da Amazon brasileira se restringem aos livros físicos, Kindles e acessórios. A Amazon não informou quando pretende vender outros tipos de produtos no país.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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