Uma quantidade generosa de fotos e vídeos de usuários do Snapchat estão em mãos indevidas neste exato momento: segundo o site Business Insider, invasores capturaram mais de 13 GB de imagens do serviço. O material foi divulgado em um tópico do 4Chan chamado “The Snappening”.

O acontecimento causa ligeiro espanto porque o Snapchat não é um serviço para armazenamento permanente de fotos. As imagens compartilhadas entre seus usuários são efêmeras, isto é, ficam disponíveis por alguns segundos e, depois, são eliminadas.

Aparentemente, é neste ponto que está a causa do problema. Muitos usuários recorrem a ferramentas de terceiros para preservar as fotos recebidas. Uma delas é o Snapsave. Uma brecha neste aplicativo é que teria permitido a captura de imagens. O site “Snapsaved.com” (desativado há vários meses) também é visto como uma possível origem.

Em nota, o Snapchat assegurou que não houve comprometimento do serviço: “podemos garantir que os nossos servidores não são a fonte do vazamento. Os snapchatters (como são chamados os usuários da rede social) foram vítimas de apps de terceiros usados para enviar e receber fotos (além de armazenar), prática expressamente proibida em nossos termos de uso”.

A estimativa inicial é a de que pelo menos 100 mil imagens tenham sido capturadas, com este número podendo chegar a 200 mil. Boa parte delas envolve menores de idade, o que não é surpresa: metade dos usuários do serviço tem até 17 anos. E, sim, há fotos de nudez no meio, o que torna o problema ainda mais grave.

Como não está claro qual o mecanismo explorado na obtenção das imagens, a orientação aqui continua sendo a de alterar a senha da conta de tempos em tempos e, principalmente, não utilizar serviços de terceiros para acessar o Snapchat.

Tomar extremo cuidado com o teor das fotos compartilhadas também é válido, pois além de possíveis vulnerabilidades no serviço, nunca se sabe o que os destinatários podem fazer com o conteúdo recebido.

Mesmo que fique comprovado que o vazamento ocorreu por meio de ferramentas de terceiros, o episódio serve para, mais uma vez, manchar a imagem do Snapchat em relação à segurança de seus usuários. No início do ano, nomes e números de telefone de 4,6 milhões de pessoas vazaram dos servidores da rede social.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.