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Ao anunciar o Apple Watch em setembro, a Apple mostrou que aprendeu com seus erros do passado, revelando um produto com um nome registrado e licenciado por ela mesma. Mesmo que os rumores apontassem para um possível iWatch, ela preferiu seguir com outro. E agora sabemos que a empresa da maçã não vai poder usar mesmo a marca mais fácil: “iWatch” está registrado no nome de uma startup italiana.

O registro foi feito em agosto de 2008 pela empresa de desenvolvimento de software Probendi e é válido em toda a União Europeia. Em entrevista à Exame, um dos cofundadores da empresa, Daniele Di Salvo, disse que já existe um aplicativo criado por eles, chamado iWatch, que é usado por policiais em uma cidade italiana.

O histórico da Apple de anunciar produtos com marcas que não lhes pertence é bem conhecido. Aconteceu com o iTV, que virou Apple TV depois de muita insistência (e um potencial processo milionário) de um canal de TV britânico do mesmo nome. Também aconteceu com o iPad, marca que não estava em poder da Apple em certos países bem pequenos e com um público minúsculo interessado no tablet, como a China. E o produto que mais dá lucro para a Apple hoje, o iPhone, também era inicialmente uma marca registrada pela Cisco.

Existem, então, duas saídas. A empresa da maçã pode seguir com o seu “Apple Watch” e esperar que o nome realmente não incomode nenhum dos seus clientes acostumados em ver dispositivos começando com um i minúsculo. Ou pode fazer o que sempre fez para problemas de marca deste tipo: jogar dinheiro nele até que o problema desapareça por completo.

A segunda opção não deve ser nenhum empecilho para a Apple, já que no último trimestre fiscal a empresa reportou um lucro bruto de US$ 8,5 bilhões. Resta saber quanto de dinheiro vai ser o suficiente para Di Salvo ceder o registro da marca. Meu chute é de que seria na casa dos três dígitos de milhões, que seriam prontamente investidos na sua humilde startup.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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