Dispositivos móveis não são o bastante: Qualcomm visa mercado de servidores
A Qualcomm conseguiu uma proeza: ser, em relação a smartphones e tablets, o que Intel e AMD são para o segmento de PCs. Mas a companhia não quer ter seu nome fortemente vinculado apenas a dispositivos móveis. De acordo com o The Wall Street Journal, a Qualcomm se prepara para conquistar espaço nos servidores.
Processadores com arquitetura ARM não são novidade neste mercado. A própria AMD oferece chips para servidores há algum tempo, embora ainda priorize a arquitetura x86.
Mas, nos contatos mantidos com parceiros e clientes, a Qualcomm afirma ter identificado uma demanda ainda não atendida por servidores com processadores “alternativos”, com destaque para aqueles baseados em tecnologia ARM. É este filão que a companhia pretende agarrar.
O anseio por chips ARM tem várias explicações. Uma é a necessidade de redução de custos – os chips da Intel, a referência do setor, são tão eficientes quanto caros. Mas o principal motivo é o menor consumo de energia que caracteriza processadores ARM – além de reduzir os gastos com eletricidade, data centers baseados em chips do tipo tendem (não é uma regra) a exigir menos aparatos de refrigeração.
É claro que a questão do desempenho também é uma preocupação, mas já há um número significativo de empresas que usam estruturas com chips ARM e estão obtendo bons resultados, especialmente em relação às unidades de 64 bits. A maior parte delas trabalha com aplicações web.
A Qualcomm não explicou como e quando entrará de cabeça neste mercado, mas os primeiros passos devem ser dados já em 2015. É proibitivo perder mais tempo: aplicações de cloud computing, Big Data e serviços específicos para plataformas móveis estão gerando demandas crescentes por servidores.
O páreo não será fácil. Companhias como AMD, Texas Instruments e HP também se mostram cada vez mais engajadas com a arquitetura ARM nos servidores.
Por outro lado, a Qualcomm tem a força do seu nome no mercado móvel a seu favor. Por ser a maior fornecedora de chips ARM do segmento, a empresa dá a entender que tem capacidade para produzir em larga escala e, consequentemente, oferecer preços mais competitivos.