Bateria que promete o dobro de autonomia está perto de se tornar realidade

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 semanas
Bateria

É um drama da vida moderna: geração após geração, smartphones e afins evoluem em vários aspectos, menos na autonomia da bateria. Mas a Dyson, empresa especializada em aspiradores de pó, pode aparecer com uma solução em breve: a companhia está investindo em uma tecnologia que dobra a capacidade das baterias e tem boas chances de se tornar realidade.

Para ser mais exato, a Dyson está investindo US$ 15 milhões na Sakti3, startup norte-americana que desenvolveu um novo tipo de bateria de íons de lítio.

Além de mais capacidade de armazenamento de energia, a nova tecnologia promete baterias mais baratas, seguras, compactas e até mesmo amigáveis ao meio ambiente. Como? Com o uso de materiais de estado sólido.

Via de regra, as baterias de íons de lítio são baseadas em compostos líquidos que, por sua vez, liberam energia a partir de reações químicas. A tecnologia da Sakti3 coloca no lugar dessas substâncias composições sólidas que conseguem armazenar, aproximadamente, duas vezes mais energia dentro do mesmo espaço físico.

A startup assegura que, no atual estágio, a tecnologia pode lidar com mais de 1.000 Wh (watt-hora) por litro. Nas baterias de íons de lítio atuais, esse número é de até 620 Wh por litro.

Sem causar surpresa, a Sakti3 optou por dar poucos detalhes sobre o funcionamento da tecnologia. O que se sabe é que o processo de fabricação das baterias utiliza uma técnica chamada Deposição de Filmes Finos que é bastante usada na produção de chips e telas de vídeo. Como os equipamentos empregados na manufatura desses itens podem ser aproveitados, os custos de fabricação das baterias de estado sólido tendem a ser baixos.

O método de construção também ajuda a aumentar o tempo de vida útil da bateria e torna o componente menos suscetível ao risco de explosões causadas por aquecimento excessivo ou impactos fortes.

Tudo muito interessante, mas fica uma pergunta no ar: será que estamos falando de mais uma daquelas iniciativas que prometem resolver o problema das baterias de vez, mas depois são esquecidas? É difícil saber, mas como a tecnologia está em fase avançada de desenvolvimento e a Dyson está jogando dinheiro na ideia, há bastante expectativa de que a tecnologia prospere.

A companhia utiliza baterias em aspiradores e outros eletrodomésticos que consomem muita energia, portanto, sabe que terá grande vantagem competitiva se elas durarem mais. Sem contar que a ideia pode ser licenciada para outros fabricantes e, aí sim, chegar a smartphones, tablets, smartwatches, etc.

Ficamos na torcida.

Com informações: WSJ.com, The Guardian

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Canal Exclusivo

Relacionados