As páginas deste livro podem ser arrancadas para se transformarem em filtros de água suja

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
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Mais uma daquelas tecnologias baratas que resolvem grandes problemas foi testada com sucesso: o Drinkable Book, um livro cujas páginas podem ser arrancadas e transformadas em filtros de água suja. O objetivo é produzir água para ser consumida em regiões carentes, que não possuem água potável à disposição.

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No Drinkable Book estão impressas algumas instruções de como filtrar a água e por que isso é importante. As folhas são fabricadas em papel com nanopartículas de prata, que são absorvidas pelas bactérias que passam. Basicamente, você só precisa pegar uma folha, colocá-la em um suporte, despejar a água do rio mais próximo e esperar até que saiam água limpa e bactérias (mortas) do outro lado.

Os cientistas colheram 25 fontes de água contaminadas na África do Sul, Gana e Bangladesh. Resultado? 99% das bactérias foram eliminadas. Isso significa que, ao filtrar a água dos países africanos, é possível chegar a uma água com índice de contaminação parecido com o que sai das torneiras dos Estados Unidos. Nada mal, considerando que normalmente é seguro beber a água da torneira dos americanos.

Como cada página consegue filtrar até 100 litros de água, o Drinkable Book pode fornecer água limpa para uma pessoa por até quatro anos.

Mas ainda há alguns problemas. Primeiro, os testes com protozoários e vírus ainda não foram concluídos, portanto, não está claro se o papel é tão eficiente contra esses microrganismos quanto é com as bactérias. Segundo, a produção é artesanal: os cientistas demoram dias para produzir páginas suficientes para um livro. A próxima etapa, agora, é encontrar formas de fabricar os livros em massa. Veremos.

Com informações: BBC.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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