Hackers invadem contas do Estado Islâmico no Twitter e publicam conteúdo gay
Responsável diz que ação foi homenagem aos que morreram no atentado em Orlando
Responsável diz que ação foi homenagem aos que morreram no atentado em Orlando
Depois do pior massacre nos Estados Unidos desde o 11 de setembro, um hacker obteve acesso às contas do Estado Islâmico no Twitter e publicou conteúdo pró-LGBT, incluindo mensagens de amor e até pornô gay. WauchulaGhost, como é chamado, faz parte do Anonymous e postou tweets em apoio às famílias das vítimas que morreram em Orlando.
O atentado na boate gay Pulse deixou 50 mortos e 53 feridos. Ao Newsweek, o hacker disse que conseguiu acessar mais de 200 contas para divulgar as mensagens. “Fiz isso pelas pessoas que morreram em Orlando. O Estado Islâmico está propagando e se gabando do ataque, então eu achei que seria justo defender aqueles que faleceram. A morte de pessoas inocentes não será tolerada”, disse ao site.
Algumas contas invadidas já foram suspensas pelo Twitter, que no ano passado deletou mais de 125 mil perfis que promoviam o terrorismo. A rede social é muito usada pela organização terrorista para recrutamento e propaganda.
As contas, como mostra a imagem acima, publicam corações, honram os mortos e feridos na tragédia e são decoradas com bandeiras coloridas, símbolo do movimento LGBT. O avatar de muitas foi alterado com a mensagem “sou gay e tenho orgulho disso” — o Estado Islâmico é conhecido por perseguir e matar gays de maneiras brutais, até mesmo atirando-os de prédios.
A ação contra o Estado Islâmico está sendo feita pelo grupo de hackers há meses, mas só depois do atentado que eles começaram a propagar conteúdo pró-LGBT. O próprio WauchulaGhost já está recebendo ajuda de mais dois hackers, de nome Ebony e Yeti, na “campanha do bem”.
Apesar de links para sites de pornô gay terem sido publicados, nenhuma imagem explícita foi divulgada. Isso porque a intenção dos hackers não é chamar a atenção com pornografia ou ofender muçulmanos, segundo WauchulaGhost. “Nossas ações são direcionadas para jihadistas extremistas. Muitos de nós [no grupo de hackers] somos muçulmanos e nós respeitamos todas as religiões que não tiram vidas inocentes”, disse.