A Boeing encontrou uma utilidade para o Google Glass
Os óculos de realidade aumentada do Google foram um fracasso, mas pelo menos alguém encontrou uma boa utilidade para ele. Os funcionários da Boeing concluíram com sucesso um projeto piloto que consistia em instalar partes elétricas das aeronaves com a ajuda de informações mostradas por meio do Google Glass. Resultado: o tempo gasto na montagem diminuiu 25%, segundo a CIO.
Quem entra num avião nem imagina a complexidade e os emaranhados de fios que ligam as partes elétricas umas nas outras — algumas delas do tamanho de uma pessoa. São inúmeros fios, de diversos comprimentos e espessuras. Por isso, os técnicos da Boeing normalmente seguem à risca instruções de montagem que estão em arquivos PDF.
Até então, funcionava assim: para conectar uma peça na outra, os funcionários tinham que abrir os PDFs em seus notebooks, dar um monte de Ctrl+F para localizar os códigos dos componentes, depois cortar os fios no tamanho certo e então descobrir onde ligar cada coisa. Isso já era meio trabalhoso quando você montava seu desktop e torcia para a fonte não pegar fogo no primeiro boot, então não deve ser muito prático com uma máquina de uns 40 metros de comprimento que carrega centenas de pessoas a 10.000 metros de altitude.
Com a documentação adaptada para o Google Glass, todas as informações ficam no campo de visão do técnico, e é possível dar comandos de voz para obter instruções de instalação para um componente específico. Como os funcionários trabalham com vários dados sob sigilo industrial, a Boeing desenvolveu um sistema de autenticação que se baseia em escanear um QR Code exibido por um computador específico da empresa.
A ideia não é nova: a Boeing chegou a fazer testes com realidade aumentada em 1995 (!!!), mas na época não existia um hardware com duração de bateria, qualidade de tela e peso que possibilitasse o serviço. Quem diria que o Google Glass seria a solução para resolver esse problema?