Twitter está valendo menos que sua cópia chinesa

Que fase

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas

As ações do Twitter caíram nesta segunda-feira (17), depois de grandes empresas negarem a intenção de comprar a rede social, que enfrenta dificuldades para crescer e vê prejuízos a cada trimestre. Seria apenas mais um dia normal, se não fosse por um detalhe: no final do dia, o Twitter tinha valor de mercado de US$ 11,23 bilhões, enquanto o Weibo, uma cópia chinesa, estava valendo US$ 11,32 bilhões. Que fase.

O Weibo foi criado em 2009 e se parece um pouquinho com o Twitter, permitindo que você publique mensagens de até 140 caracteres, cite usuários com arrobas e leia mensagens das pessoas que você segue numa timeline. Os links são automaticamente encurtados com o t.cn. Mas calma que a hashtag é diferente: você precisa usar um símbolo duplo, #hashtag#.

O curioso do Weibo é que ele é focado apenas no mercado chinês. Até existe uma versão da interface em inglês, mas não adianta muito trocar o idioma porque, bem, as contas que você pode seguir publicam tudo em chinês. Mesmo assim, o Weibo é um dos serviços mais populares do mundo, com 222 milhões de usuários ativos mensais. O Twitter, por sua vez, funciona em quase todos os países do mundo, mas não na China, onde está bloqueado desde 2009.

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Tech In Asia, que constatou a mudança de posições, nota que Weibo e Twitter seguiram em direções opostas na bolsa de valores. O IPO do Weibo aconteceu em abril de 2014, com valor de mercado de US$ 3,4 bilhões — e praticamente quadruplicou esse número em pouco mais de dois anos. Naquele mesmo dia, o Twitter valia US$ 26,8 bilhões, e só caiu até agora.

Sem crescimento, sem lucro, sem compradores e com dez anos de vida, a dúvida que fica é: por quanto tempo o Twitter vai aguentar?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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