Uber quer oferecer serviço de carros voadores num futuro próximo (e por um preço acessível)

Uma viagem de São Paulo a Campinas demoraria 18 minutos e custaria apenas US$ 24 no longo prazo

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

O Uber já testou um serviço de transporte aéreo com helicópteros, que era muito caro e bem limitado; só era possível partir ou chegar em pontos específicos de São Paulo por centenas de reais. Mas o Uber Elevate pode mudar isso num futuro não muito distante: a empresa quer oferecer uma modalidade de transporte por meio de veículos elétricos voadores que, no futuro, não precisariam nem de pilotos humanos.

Os veículos VTOL (Vertical Take-off and Landing) seriam produzidos por empresas parceiras e consistiriam de aeronaves leves capazes de decolar ou pousar na vertical nos helipontos ou nos terraços de prédios. Eles seriam mais silenciosos que os helicópteros e poderiam voar até 190 quilômetros de distância a uma velocidade de até 270 km/h. E o embarque ou desembarque seria possível em dois ou três minutos.

A ideia do Uber é simples: “Assim como os arranha-céus permitiram que as cidades utilizassem um terreno limitado de maneira mais eficiente, o transporte urbano aéreo vai aproveitar o espaço aéreo tridimensional para aliviar os congestionamentos no solo”. O Uber acredita que o transporte aéreo é menos suscetível a engarrafamentos porque o VTOL não precisa seguir rotas pré-definidas, diferente dos carros, ônibus e trens, que andam em trajetos específicos, gerando congestionamento em determinadas vias.

Os detalhes do Uber Elevate estão num documento extenso de 98 páginas. O transporte aéreo seria bem caro no começo, mas deve ficar mais barato que o transporte por terra à medida que for mais utilizado. Isso porque o maior gasto estaria na fabricação dos primeiros VTOLs — no entanto, como esses veículos seriam compartilhados entre os usuários do Uber, o pagamento das corridas amortizaria os carros voadores e diminuiria os preços para todo mundo.

As estimativas são animadoras. Uma viagem da Avenida Paulista, em São Paulo, para Campinas, sai por US$ 52 pelo UberBlack e demora 2h10min, considerando o congestionamento médio por terra. Pelo VTOL, a mesma viagem duraria 18 minutos a um custo inicial de US$ 153, valor que cairia para US$ 50 no curto prazo e apenas US$ 24 no longo prazo.

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O problema de tentar oferecer o mesmo serviço com helicópteros é que eles são “barulhentos, ineficientes, poluentes e caros para uso em larga escala”. Já nos VTOLs, segundo o Uber, “em altitude de voo, o ruído será quase inaudível”, mesmo durante pousos e decolagens. Eles também serão mais seguros porque vão utilizar tecnologia autônoma para eliminar os erros humanos.

O Uber acredita que os veículos elétricos voadores eficientes para o Uber Elevate cheguem em alguns anos — já existem projetos em desenvolvimento avançado, e a expectativa é que o serviço comece a funcionar na próxima década. Antes disso, claro, a empresa deve enfrentar uma série de obstáculos, como o custo das aeronaves e a aprovação do serviço junto a órgãos de regulação de tráfego aéreo, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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