Fitbit garante que os smartwatches da Pebble vão continuar funcionando em 2017

Mas o futuro é incerto

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas

A confirmação da venda da Pebble para a Fitbit veio acompanhada de uma notícia triste para os fãs do smartwatch com bateria de longa duração: os produtos foram descontinuados, a garantia foi invalidada e os recursos que dependem da nuvem estão com os dias contados. Mas as empresas trataram de acalmar os usuários por um tempo: os servidores funcionarão, pelo menos, durante todo o ano de 2017.

A promessa foi publicada no blog de desenvolvedores do Pebble: “A Fitbit está fazendo de tudo para manter o software e os serviços do Pebble funcionando durante 2017. Para ser claro, ninguém nesta equipe recém-formada pretende inutilizar os relógios Pebble em funcionamento. O SDK do Pebble, o CloudPebble, as APIs da Timeline, a disponibilidade de firmware, os apps para dispositivos móveis, o portal de desenvolvedores e a Pebble appstore são os elementos do ecossistema do Pebble que continuarão funcionando neste momento”, diz o desenvolvedor Jon Barlow.

Nos próximos meses, a Fitbit planeja lançar uma atualização de firmware que torna os relógios menos dependentes da nuvem, removendo obrigatoriedades de autenticação e estatísticas de utilização. Além disso, o aplicativo para dispositivos móveis será modificado para continuar funcionando mesmo quando os servidores do Pebble forem desligados.

Algumas funções do Pebble não enfrentarão nenhum problema, como o Pebble Health, que não depende da nuvem — suas informações de saúde, como número de passos e frequência cardíaca, já são enviadas diretamente para o aplicativo do Pebble e utilizam as APIs de saúde do Google e da Apple. Mas ainda não está claro o que vai acontecer com os recursos de previsão do tempo e ditado, por exemplo. A equipe vai avaliar “se e por quanto tempo” essas funções continuarão disponíveis.

O grande problema da morte do Pebble é que ele não tinha nenhum concorrente à altura. Por concorrente, entenda: um relógio inteligente (e não uma pulseira fitness), com preço acessível e duração de bateria de vários dias. O público que financiava um Pebble pelo Kickstarter não é o mesmo que compraria uma Mi Band ou qualquer relógio com Android Wear, watchOS ou Tizen. Um dos produtos que mais chegava perto do Pebble é o Fitbit Surge, mas ele é extremamente caro (US$ 249,95).

Ao matar a Pebble, a Fitbit joga no lixo um ecossistema já desenvolvido e um produto que era único no mercado. Resta saber se, com os funcionários (na verdade, metade dos funcionários) e as patentes da Pebble, a Fitbit vai lançar um produto à altura nos próximos meses.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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