Segundo a última edição do relatório de Inteligência e Segurança publicado pela Microsoft, o Brasil é um dos países com maior incidência de ataques de malwares. O país está na sexta colocação, em um ranking que é liderado por (pasmem) Afeganistão.

Andrew Cushman, diretor sênior do Microsoft Security Response Center lá em Redmond, esteve no Brasil esta semana para participar do dia de segurança em informática. A convite da Microsoft, me encontrei com ele em São Paulo, e conversamos um pouco sobre o assunto.

É a primeira vez que este relatório traz informações específicas sobre o Brasil. Segundo Andrew, cada país possui um cenário específico, e é preciso conhecer a fundo cada um deles, para poder lidar com os diferentes tipos de ataques.

Os ataques predominantes no Brasil, por exemplo, são relacionados a roubo de credenciais (login e senha de bancos). Esses trojans estão presentes em pelo menos 60% das máquinas brasileiras.

Como a Microsoft sabe disso? Andrew disse que os dados se baseiam nas detecções feitas pelos softwares de segurança da Microsoft. Isso significa que a taxa é ainda maior, se levarmos em consideração as ameaças ainda não identificadas.

Só no primeiro semestre, houve um aumento de 92% de computadores brasileiros reportando a presença de algum software malicioso. Culpa da inclusão digital? Talvez.

Certamente, o melhor anti-vírus é o usuário. O efeito Casas Bahia está colocando muita gente das classes C e D na internet. Isso é bom, mas não quando não há um direcionamento. O resultado disso é que o usuário passa o dia inteiro em MSN e Orkut, e não tem um pingo de malícia antes de clicar em links duvidosos.

“Os brasileiros são muito calorosos e amigáveis, e percebo que eles também tem muito bom senso. Nenhum deles deixa desconhecidos irem entrando em suas casas, mas eles não agem da mesma forma quando estão no computador.” – afirmou Cushman.

Durante toda nossa conversa, Andrew disse várias vezes que ele é uma pessoa muito otimista. Ele sabe que a indústria de software sempre estará um passo atrás dos hackers, mas não acredita em um futuro caótico. Não se isso depender do trabalho dele.

“O que nós da Microsoft recomendamos, é que o usuário mantenha o Windows sempre atualizado. O hacker é preguiçoso, ele prefere desenvolver um vírus para Windows XP ao invés de procurar falhas no Windows Vista.” – disse Cushman

Quando fomos avisados que nosso tempo estava se esgotando, resolvi arriscar, e perguntar para Andrew que melhorias veremos no Windows 7 nesta parte de segurança. A resposta veio em tom de sarcasmo, acompanhada de gargalhadas:

– “Bela tentativa, mas eu seria demitido se lhe contasse!”

E dá-lhe clima de suspense em Redmond! 😀

Imagem original via: Flickr jeffkee.

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Thiago Mobilon

Thiago Mobilon

Founder & CEO

Começou a empreender aos 18 anos, fazendo manutenção de computadores e artes gráficas. Criou o Tecnoblog para ser uma espécie de laboratório, onde contaria as suas experiências com eletrônicos e, de quebra, poderia aprender sobre programação e servidores. No entanto o site cresceu rapidamente, se transformando em uma empresa de mídia digital.

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