O mercado de telecomunicações anda agitado nos últimos dias. Depois de meses muitos rumores, propostas bilionárias negadas e aumento no valor oferecido, os espanhóis da Telefónica – a matriz, dona da Telefônica do Brasil – conseguiram comprar a participação da PT Telecom na Vivo. Agora chegou a vez dos portugueses agirem.
A Portugal Telecom já informou que tem interesse em investir na Oi, atualmente a única operadora de telefonia brasileira constituída de capital 100% nacional. Com os bilhões de euros obtidos na venda da Vivo, a PT Telecom negociou com acionistas da Oi para comprar 22,4% da companhia por R$ 8 bilhões. Somente isso já coloca a empresa entre os maiores acionistas da Oi, embora o controle ainda fique na mão dos grupos Andrade Gutierrez – mesmo da construtora – e La Fonte.
Em contrapartida, a Oi vai ter 10% de participação na Portugal Telecom – a empresa matriz.
Em comunicado lá em Portugal, um dos principais acionistas da PT Telecom disse que via com satisfação a compra de parte da Oi. Os portugueses estão de olho na telefonia fixa e celular, mas têm interesse particular na oferta de combos – aqueles pacotes com televisão, banda larga e telefonia que a Anatel proibiu.
Para manter o controle da Oi nas mãos de brasileiros, o governo federal já começou a se movimentar. Primeiramente, assegurou-se de que os fundos de pensão do Banco do Brasil, da Caixa e da Petrobras manterão suas participações na empresa. O presidente Lula chegou a dizer que brasileiros estariam no controle da Oi enquanto ele fosse presidente.
Resumo da ópera: a Telefónica ficou feliz porque será efetivamente a dona da Vivo; a PT Telecom ficou feliz porque recebeu dinheiro suficiente para investir na Oi, empresa que adoraria controlar; e a Oi ficou feliz porque passa a ter participação em empresa de Portugal e fica com a possibilidade de, no futuro, explorar o ramo de telecomunicações na Europa.
Foto: Flickr tiseb.