A procuradora-geral da Califórnia conseguiu um feito único: o compromisso das principais fabricantes da indústria de dispositivos móveis em informar os usuários sobre os dados que os aplicativos requerem para funcionar. Sabe a tela do Android Market que resume todos os acessos que o software requer? Será aplicada, de alguma forma, aos sistemas da Apple e da Microsoft, bem como de outras empresas.
Além das supracitadas, o acordo envolve ainda a Amazon (dona de uma loja de apps para Android), da HP e da RIM (dona da App World do BlackBerry). Portanto, as principais empresas do ramo embarcaram nesse trajeto rumo a fornecer controle maior para o usuário sobre as informações.
Não pense que as companhias envolvidas são bondosas e generosas. Podem até sê-lo, mas concordaram em prover as informações para o usuário porque a lei californiana prevê isso. Pelo menos Apple, Google e HP têm sedes no estado. A Amazon e a Microsoft ficam em Seattle, um pouco mais ao norte, enquanto a RIM é do Canadá.
A política de privacidade do app — cada software pode ter sua própria política — deve aparecer antes do usuário baixar o aplicativo. Os responsáveis por lojas de apps ainda deverão fornecer ferramentas para que, dentro da loja, os usuários informem sobre eventuais abusos cometidos pela empresa que desenvolve e publica o aplicativo.
O The Next Web relata que o procedimento é adotado hoje em dia pelo Android Market, pela Amazon e pelo Windows Phone Marketplace. Dos graúdos, portanto, só falta a Apple se adequar às novas regras. A companhia apenas confirmou que concordou com o acordo, sem dar mais detalhes.
Finalmente temos solução para o impasse que, se bem me lembro, iniciou-se com a denúncia de que o Path enviava informações sobre a agenda de contatos para seus servidores sem avisar os usuários disso — fiz duros comentários acerca do comportamento no Podcast Nº 0. Concordo com quem diz que o Google foi pioneiro nesse aspecto, enquanto a Apple se mostra atrasada.
Daqui a seis meses a procuradoria geral vai verificar se Apple, Google, Microsoft e demais empresas estão cumprindo as regras. A decisão foi tomada nos Estados Unidos, mas deve beneficiar proprietários de dispositivos móveis no mundo inteiro.