Próxima parada do Evernote é no Brasil, garante executivo

Com direito a apps para armazenar notas, fotos de comidas e informações de contatos.

Thássius Veloso
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• Atualizado há 1 semana

Tenho certeza de que, para muitos leitores do Tecnoblog, o Evernote é uma ferramenta necessária para tomar notas no cotidiano. O aplicativo é gratuito, com opção de pagamento para quem quer recursos mais completos. E, de acordo com Luis Samra, o gerente-geral para América Latina, essa conversão de usuários em clientes pode levar até três anos, em média.

Bati um papo com o executivo sobre os rumos do serviço que ele capitaneia na região latina. De acordo com Samra, o Brasil é o próximo grande negócio do Evernote. Desde já ele convoca os desenvolvedores locais para que comecem a desenvolver aplicativos em cima das APIs do Evernote e comercializar sua tecnologia, gerando dinheiro com o serviço.

Evernote no iPhone

— Nossa próxima parada é o Brasil. Queremos que o serviço esteja no Brasil adaptado ao que os brasileiros precisam.

Eu uso o Evernote para tomar notas na faculdade e no trabalho. Samra explica que esse é um cenário bastante comum de uso do serviço, que conta com aplicativos para Android, iPhone e iPad, bem com extensão para alguns navegadores. “O Evernote é um lugar para levar as informações mais importantes da sua vida. Não é um aplicativo que vai desaparecer em um ano ou dez anos — suas anotações continuarão lá”, afirma.

Uma coisa que faz falta ao Evernote são opções de compartilhamento mais intenso para redes sociais. Os aplicativos permitem enviar blocos de notas para amigos, com direito a edição de ambas as partes, bem como anexar anotações e mandar individualmente por email, sem opção de o destinatário editar depois. Segundo o executivo, não é tudo que merece ser compartilhado. Portanto, nada de Twitter e Facebook no Evernote.

— Às vezes nós parecemos um serviço anti-social. Mas, de novo, o propósito do Evernote é que você armazene coisas que são muito importantes para você. E você não quer todo mundo tenha acesso a essas informações.

Até que o discurso do executivo faz sentido. Ainda assim, penso que maior integração com as redes sociais seriam bem-vindas na atual conjuntura das circunstâncias.

Por falar em usuários, eles se tornam consumidores com uma frequência interessante. O gerente-geral para LA revelou ao Tecnoblog que o Evernote tem taxa de conversão próxima de 0,5% no primeiro ano. Já no segundo passa para 8% e chega a 22% no terceiro ano de uso. Deve-se ao fato de que as pessoas se acostumam às conveniências do Evernote e, com o tempo, demandam mais recursos ou mais espaço para armazenamento, conclui Samra.

Luis Samra mostrou alguns dos aplicativos feitos pelo Evernote ou por fãs do site que ele utiliza diariamente. O Hello serve para adicionar informações sobre pessoas que você conhece em encontros de negócios (ou da vida mesmo): passe o celular para o contato e ele adiciona os próprios dados, com direito a uma foto feita na hora. Depois o Evernote se encarrega de enviar uma mensagem com as informações da pessoa. Parece útil, embora tenha dúvidas quanto à integração da agenda de contatos do app com a do sistema operacional — no caso, somente iOS.

Email que recebi depois de conhecer o executivo do Evernote

Num restaurante de São Paulo, o executivo mostrou sua paixão pelo Evernote Food. Batia fotos a todo o momento dos pratos e os enviava para a sua conta no Evernote. Ele ainda me mostrou que compartilha com um colega de trabalho um bloco de notas apenas com imagens de hambúrgueres mais saborosos, do tipo gourmet.

Samra não deu muitos detalhes sobre o futuro do aplicativo Skitch, que faz capturas de tela e permite adicionar comentários e rabiscos. O app foi comprado pela Evernote Corporation, empresa proprietária do serviço e dos apps, no ano passado. Por enquanto permanece como está.

A gama de produtos do Evernote é bastante completa. Tem de tudo um pouco, e com a conta premium o usuário recebe 1 GB de upload por mês, blocos de nota offline e uma série de outros benefícios que a conta simples e gratuita não oferece. Custa US$ 5 por mês.

Agora, o que eu queria mesmo deles é uma extensão Clearly que me permita sublinhar trechos do texto e sincronizar somente esses trechos com a nuvem fornecida pelo Evernote. Fica a ideia.

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Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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