Adobe vai cobrar 9% da receita de jogos em Flash

Se o plugin precisava de mais um prego no caixão, ei-lo.

Gus Fune
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• Atualizado há 6 dias

Na semana passada a Adobe lançou a aguardada versão 11.2 do Flash Player. Essa nova versão inclui melhor suporte pra aceleração de hardware e processamento de vídeo, dois itens que vão tornar bem melhores as capacidades de games na plataforma, e alguns outros recursos. Aliado a esses importantes desenvolvimentos, uma mudança de atitude da Adobe mostrou que a empresa também está atrás de uma generosa fatia do faturamento de quem cria aplicativos para a plataforma.


A estimativa hoje é de que existam 1 bilhão de computadores com acesso a internet no mundo, mesmo número que a Adobe tem justificado como o poder de alcance da plataforma Flash, exatamente o mesmo discurso que alguns evangelistas do HTML5, uma vez que as estatísticas oficiais apontam que 99% desses computadores tem alguma versão do Flash Player.

Baseado nesses dados e na aposta de algumas de grandes empresas de games no Flash como plataforma de games, a Adobe lançou um pacote de recursos premium para desenvolvedores de aplicativos em Flash.

Dentre os principais recursos, mostrados no Adobe Developer Connection, um que chama atenção é integração de códigos em C e C++ no Flash. Isso permite a portabilidade de games criados para consoles, algo que foi demonstrado pela Epic Games ao exibir um demo de Unreal Tournament rodando dentro do Internet Explorer 9 com o Flash 11.2.

Outros dois recursos são a possibilidade de uso do Domain Memory, tecnologia de gerenciamento de memória, e o Stage3D, tecnologia de integração com placas de vídeo. Ambas darão mais liberdade ao desenvolvedor, que vai podendo criar webgames mais rápidos e sem aquele travamento conhecido em jogos mais complexos.

Esses recursos chegam com uma grande mudança por parte da Adobe. Qualquer jogo que for desenvolvido usando esses itens premium deverá repassar 9% do faturamento a Adobe após a marca de 50 mil dólares. Isso significa que games desenvolvido com a UDK ou com a Unity Engine, duas populares engines em 3D que exportam em Flash, vão ter que pagar à Adobe se quiserem continuar usando a tecnologia da empresa como meio de distribuição.

A nova regra só vale a partir de 1º de agosto desse ano, então qualquer game lançado antes disso não vai precisar desembolsar nada pra Adobe. Vale ressaltar que pelo menos a UDK já fica com uma fatia dos lucros dos desenvolvedores após essa mesma marca de 50 mil dólares. Bom pro bolso da Adobe, mas nem tão bom pra pequenas empresas que tem investido na web.

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Gus Fune

Gus Fune

Ex-redator

Gus Fune é formado em Comunicação Social e pós-graduado em desenvolvimento e design de Games. No Tecnoblog, cobriu eventos como Electronic Entertainment Expo (E3), Game Developer Conference (GDC) e South by Southwest (SXSW) e escreveu sobre esse universo. Atua, hoje, como diretor de tecnologia e assessor, mas já esteve em projetos de empresas como 3M e Motorola.

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