5 fatos sobre gadgets em 2019: celulares dobráveis, smart speakers, fones e mais
Câmeras de celular com até 108 megapixels, fones de ouvido true wireless e alto-falantes inteligentes ganharam espaço em 2019
Câmeras de celular com até 108 megapixels, fones de ouvido true wireless e alto-falantes inteligentes ganharam espaço em 2019
Em 2019, as telas dobráveis prometiam acabar com a mesmice dos smartphones em formato de barra, mas tiveram um início conturbado com toda a polêmica do Samsung Galaxy Fold; enquanto as câmeras de celular ganharam mais megapixels do que nunca, chegando a até 108 MP em um modelo da Xiaomi. Reunimos abaixo os destaques do ano em produtos eletrônicos, incluindo fones de ouvido true wireless, alto-falantes inteligentes no Brasil e TVs 8K no mundo.
Este ano indicava ser promissor para os celulares dobráveis: no início de 2019, a Samsung e a Huawei apresentaram suas visões de um smartphone que vira tablet; e rumores diziam que a Motorola apostaria nesse mercado trazendo de volta o design do Razr V3.
No entanto, tudo mudou pouco antes do lançamento do Galaxy Fold. A tela apresentava defeitos muito facilmente, mesmo quando você não arrancava a película protetora. O iFixit desmontou o aparelho e descobriu que ele era “assustadoramente frágil”; a Samsung pediu que o desmanche fosse retirado do ar.
O Galaxy Fold voltou para a prancheta, recebendo melhorias na tela e na dobradiça para se tornar mais resistente. Enquanto isso, a Huawei adiou várias vezes o lançamento do Mate X para evitar um fiasco semelhante. E a Motorola, que ainda não havia confirmado oficialmente o Razr dobrável, apenas ficou quieta.
Pouco a pouco, a ideia de celulares dobráveis voltou a ganhar fôlego. O Galaxy Fold reprojetado chegou a alguns países custando cerca de US$ 2 mil; a Samsung pede para tomar cuidado, mas ele não sofre danos com a mesma facilidade de antigamente. Inclusive, a empresa já promete outro celular dobrável para 2020, desta vez em formato flip.
A Huawei, por sua vez, lançou o Mate X na China e o aparelho esgotou rapidamente; ela já promete um modelo atualizado, o Mate Xs. E a Motorola esperou até o final deste ano para anunciar o Razr dobrável, que acabou chamando a atenção por apostar na nostalgia: ele tem previsão de ser lançado no início de 2020 no Brasil.
Em 2019, a tendência de celulares com câmeras múltiplas se intensificou: agora, as fabricantes não se contentam apenas com diversos sensores na traseira — elas querem muitos megapixels. Segundo o GSMArena, foram lançados cerca de 100 smartphones com 48 MP este ano, incluindo o Moto G8 Plus, Asus Zenfone 6, OnePlus 7T e diversos modelos da linha Samsung Galaxy A e da Xiaomi (como o Mi 9).
Outras empresas foram além e decidiram utilizar uma câmera de 64 megapixels: é o caso do Motorola One Hyper, Redmi Note 8 Pro e Samsung Galaxy A71. Eles possuem o sensor Samsung Isocell Bright GW1, que combina quatro pixels em um só para capturar mais luz em baixa iluminação; neste caso, as fotos saem com 16 MP.
Além disso, a Xiaomi fez parceria com a Samsung para criar um sensor de 108 megapixels, o Isocell Bright HMX, presente no Mi Note 10: ele também permite que quatro pixels funcionem como um só, gerando fotos de 27 MP.
O ranking do DxOMark para câmeras de celular indica que, às vezes, os megapixels adicionais podem ajudar. O top 10 inclui o Xiaomi Mi CC9 Pro Premium Edition, versão internacional do Mi Note 10 Pro com 108 MP; além do OnePlus 7 Pro e Oppo Reno 10x Zoom, ambos com sensor de 48 MP.
No entanto, diversos celulares lançados este ano conseguem atingir uma ótima qualidade de imagem sem tantos megapixels: é o caso do iPhone 11 Pro Max e do Samsung Galaxy Note 10+, ambos com 12 MP. É um sinal de que as otimizações de software ainda pesam bastante no desempenho — ainda assim, a guerra dos megapixels deve continuar em 2020.
Ficou cada vez mais difícil encontrar celulares top de linha com entrada para fone de ouvido: a Apple removeu o conector dos iPhones, enquanto Xiaomi e Huawei fizeram o mesmo em seus smartphones mais caros (modelos básicos e intermediários ainda têm o conector de 3,5 mm). A grande exceção era a Samsung, mas ela acabou cedendo com o lançamento do Galaxy Note 10.
Esse movimento veio acompanhado por uma disparada no mercado de fones de ouvido sem fio. Segundo a IDC, o mercado global de dispositivos vestíveis quase dobrou de 2018 para 2019 graças aos “hearables”. A Apple lidera esse segmento graças aos AirPods; a Xiaomi está em segundo lugar, graças em parte aos AirDots; e a Samsung vem em terceiro lugar com os Galaxy Buds e outros wearables.
Segundo o analista Neil Cybart, os AirPods foram o segundo maior lançamento de produto da Apple. Os fones sem fio venderam cerca de 30 milhões de unidades em nove trimestres no mercado; apenas o iPad superou essa marca (75 milhões de unidades). Este ano, o dispositivo ganhou duas versões diferentes: a segunda geração vem com Siri ativada por voz e estojo opcional de recarga wireless; enquanto os AirPods Pro trazem pontas de silicone e cancelamento de ruído.
Outras fabricantes também apostaram no design “true wireless”, ou seja, sem um cabo unindo os dois fones Bluetooth. A Xiaomi trouxe ao mercado dois modelos bastante acessíveis: o Redmi AirDots e Mi AirDots, com autonomia de até 4 horas com uma carga e suporte a comandos de voz. Enquanto isso, a Sony lançou o WF-1000XM3, com cancelamento de ruído e bateria de seis horas, a um preço semelhante aos AirPods.
A Beats, que pertence à Apple, também entrou no segmento true wireless com o Powerbeats Pro, um modelo intra-auricular que se prende à orelha e tem autonomia de 9 horas por carga. A variedade de designs e preços, aliada à boa duração da bateria, ajudaram os fones sem fio a se popularizarem durante o ano.
Os smart speakers não são exatamente uma novidade, porém ganharam mais espaço no Brasil em 2019. Tudo começou quando a Amazon convidou usuários para testar a assistente Alexa em português, inclusive oferecendo um Echo de graça. Algumas semanas depois, o Google se uniu à JBL para apresentar dois alto-falantes inteligentes, marcando a expansão do Google Assistente em português para além dos celulares.
Então, em outubro, a Amazon fez uma grande investida no Brasil: anunciou três alto-falantes — Echo Dot, Echo Show 5 e Echo de terceira geração — já com suporte a diversos serviços nacionais. Graças aos skills da Alexa, é possível checar o extrato no Bradesco, obter informações sobre a programação da Sky ou saber filmes em cartaz no Cinemark, por exemplo.
Só em novembro, o Google trouxe um de seus alto-falantes ao país: trata-se do Nest Mini, com preço sugerido de R$ 349, mesmo do Echo Dot. O Google Assistente para smart speakers já funcionava em português do Brasil desde 2018 (e antes disso nos celulares); ainda assim, algumas integrações chegaram antes na Alexa — como conferir o status do pedido no iFood.
A popularização dos alto-falantes espertos acompanha o maior interesse dos brasileiros em ter uma smart home. Seguindo essa linha, a Positivo e a Geonav trouxeram diversos produtos do tipo, como lâmpadas, tomadas e sensores Wi-Fi; e a Signify expandiu o portfólio da Philips Hue no país. Dessa forma, é possível usar a voz para controlar a TV, a iluminação, os sistemas de áudio e até os robôs-aspiradores da casa conectada.
Os dispositivos de smart home ainda são caros no Brasil, mas devem diminuir de preço com o passar do tempo. Enquanto isso, Google e Amazon disputam espaço para ver quem dominará as casas conectadas no país; essa briga ainda vai durar bastante tempo.
Fabricantes vêm demonstrando TVs com resolução 8K há muito tempo em feiras de tecnologia: são telas com resolução 7680 × 4320, o quádruplo de pixels oferecido pelo 4K para uma nitidez ainda maior. Foi em 2019 que essas empresas passaram a vendê-las ao consumidor final em vários países — inclusive no Brasil.
A Samsung foi a primeira a lançar uma TV 8K em nosso país: trata-se da Q900 (ou Q900R), com tamanhos de 65, 75 e 82 polegadas e preço sugerido a partir de R$ 25 mil. Sim, é um valor salgado, mas é algo que esperamos de uma tecnologia ainda voltada para early adopters. Como alternativa, temos a TCL X10S de 75 polegadas: ela também possui resolução 8K, porém traz menos recursos premium e custa R$ 23 mil.
A Sony também trouxe sua TV 8K ao Brasil: a XBR-85Z9G tem 85 polegadas e sai por R$ 90 mil. Ela vem com sistema operacional Android TV, modo calibrado para Netflix, Chromecast e Google Assistente integrados, e processador X1 Ultimate para upscaling de conteúdo. O painel é LCD Triluminos, contra o QLED utilizado pela Samsung e TCL.
Enquanto isso, a LG aposta em painéis OLED e NanoCell. Ela ainda não lançou nenhum modelo 8K no Brasil, mas já iniciou as vendas em países como EUA, Coreia do Sul e Reino Unido; a TV 88Z9 (OLED) com 88 polegadas custa cerca de US$ 30 mil. A fabricante é a primeira a seguir a especificação 8K Ultra HD definida pela CTA (Consumer Technology Association), que exige 33 milhões de pixels ativos e a capacidade de upscaling de vídeos SD, HD e 4K.
O conteúdo 8K ainda é bastante restrito, seja para rodar localmente ou via streaming, e a diferença na qualidade de imagem não é um salto tão grande como do Full-HD para o 4K. Ainda assim, certamente as fabricantes de TV focarão em vender modelos 8K no futuro.