Notificações, a nova praga dos dispositivos móveis

"As notificações móveis estão minando nossa concentração. Durante uma atividade qualquer, seu celular ali do ladinho mais cedo ou mais tarde chamará sua atenção."

Bia Kunze
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• Atualizado há 1 ano
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E lá vou eu falar mal de algo que, aparentemente, todo mundo ama: as notificações em dispositivos móveis.

Claro que notificações são úteis. Em vez de abrir o aplicativo da sua rede social favorita em busca de novidades, um aviso pipoca na sua tela sempre que surgir algo que você definiu como importante. Desenvolvedor que se preza sempre coloca a opção de notificação push ou pop-up para alguma coisa em seus apps. Tá certo, é assim que deve ser.

Só que aplicativos caíram no gosto popular, e os usuários, com seus dispositivos recheados, aceitam notificações para tudo. Principalmente de redes sociais. É um tal de celular apitando o tempo todo em volta da gente que dá até aflição! Outro dia, quase surtei por causa daqueles piu-pius dos Samsungs num restaurante…

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Mas há uma questão mais grave. As notificações móveis estão minando nossa concentração. Durante uma atividade qualquer, seu celular ali do ladinho mais cedo ou mais tarde chamará sua atenção. Mesmo que você resista à tentação de pegá-lo, já houve uma ruptura no seu raciocínio. Fora que uma pulguinha começa a morder sem parar: “o que será que chegou pra mim…?”.

Interrupções são um cancro na produtividade. Estudos dizem que o cérebro leva uns 20 minutos para retomar o grau de concentração bruscamente cortado, mesmo um singelo “plim” do Outlook avisando que chegou email.

Uso muito mais meus dispositivos móveis que o computador para trabalhar. Percebi que as notificações estavam interferindo no meu desempenho e decidi agir.

O insight veio no dia em que, no meio de uma caminhada na rua, decidi ver que horas eram. Não uso relógio de pulso há muito tempo pois o celular hoje desempenha essa função. Pego o aparelho para ver as horas e vejo notificações do Facebook, de email, de notícias, de atualização de aplicativos e… e… onde é que eu estava indo mesmo?

Solução: voltei a usar relógio de pulso. E com bipe nas horas cheias, igual faz meu computador, para eu manter o prumo nas atividades do dia e não me dispersar. E decidi cortar todas as notificações supérfluas.

Esse foi um desafio e tanto… o que é supérfluo num dispositivo móvel? Só redes sociais? Não. Depois de um pente-fino nos meus apps, cheguei à conclusão que só chamadas, SMS e alarmes do calendário são mesmo importantes num celular. Cada app possui seu próprio som de toque, inclusive distintos entre membros da família. É pouco? Sim, e assim deve ser.

Status de encomenda dos Correios, novo episódio da sua série favorita, ou alerta de previsão do tempo são importantes, mas não exigem atenção imediata. Eles podem esperar a conclusão da sua tarefa, momento em que você poderá espairecer um pouco a mente. Fora isso, não faltarão oportunidades ao longo do dia na fila do ônibus, na espera do dentista ou enquanto seu lanche não chega.

Há situações em que sou bem radical. Durante atendimento a pacientes, o celular fica em modo avião quando o utilizo para preencher ou checar meus prontuários digitais. Durante aulas de idiomas, mesma coisa: meus dicionários são offline. Idem para refeições ou café com amigos. E quem precisa de celular à noite, enquanto dorme? Só fica como despertador, em modo avião.

E vocês, já pararam para avaliar se as notificações móveis estão mais os atrapalhando que ajudando?

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Bia Kunze

Bia Kunze

Ex-colunista

Bia Kunze é consultora e palestrante em tecnologia móvel e novas mídias. Foi colunista no Tecnoblog entre 2009 e 2013, escrevendo sobre temas relacionados a sua área de conhecimento como smartphones e internet. Ela também criou o blog Garota Sem Fio e o podcast PodSemFio. O programa foi um dos vencedores do concurso The Best Of The Blogs, da empresa alemã Deutsche Welle, em 2006.

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