Carinha de Core i7, corpinho de Core m

Kaby Lake: fique atento à sopa de letrinhas dos Intel Core de sétima geração

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 ano
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Quando a gente pensa em Core i7, logo vem à cabeça um processador poderoso, mas isso nem sempre é verdade nos notebooks. A Intel vai fazer outra sopa de letrinhas na sétima geração, Kaby Lake, então preste atenção para não se confundir na hora da compra: como num passe de mágica, dois processadores Core m5 e m7 ganharam as nomenclaturas Core i5 e i7.

A linha Core m é composta por processadores de baixíssimo consumo energético, o que faz a bateria durar mais, mas também resulta em menor desempenho. Por isso, quem analisa as especificações de hardware quando compra um notebook já sabe o que esperar com um Core m5 ou m7 — e opta por um Core i se precisar executar tarefas mais pesadas.

No entanto, na sétima geração, Core i5–7Y54 e Core i7–7Y75 nada mais são do que processadores Core m renomeados para Core i. Eles apresentam baixo TDP, de apenas 4,5 watts. A linha de chips econômicos da Intel ficou assim, por enquanto:

  • Core m3–7Y30: dual-core de 1,0 GHz (turbo para 2,6 GHz em single-core);
  • Core i5–7Y54: dual-core de 1,2 GHz (turbo para 3,2 GHz em single-core);
  • Core i7–7Y75: dual-core de 1,3 GHz (turbo para 3,6 GHz em single-core).

Os três processadores têm Hyper-Threading (são dois núcleos e quatro threads), suportam memórias LPDDR3 de até 1.866 MHz e trazem as mesmas tecnologias, com exceção de duas: o Intel Active Management Technology 11.0 (permite o diagnóstico e reparo remoto de dispositivos corporativos) e o Intel TSX-NI (torna mais fácil a paralelização de tarefas), não disponíveis no Core m3–7Y30.

Repare que os três chips são semelhantes, mas a poderosa nomenclatura Core i5 e i7 pode confundir os desavisados e gerar frustrações quanto ao desempenho. Além disso, fabricantes de notebooks com equipes de marketing criativas demais podem tentar vender máquinas com coração de Core m como tendo “alta performance”, o que não é bem verdade. É bom ficar atento.

Até agora, os processadores Kaby Lake com performance mais alta são o Core i5–7200U (dual-core de 2,5 GHz) e i7–7500U (dual-core de 2,7 GHz), com suporte a memórias DDR4 de 2.133 MHz e TDP de 15 watts. Outros modelos Core de sétima geração devem chegar até 2017. Já detalhamos as novidades dos chips recém-anunciados da Intel, que focam em 4K e eficiência energética.

Aliás, vale aproveitar a ocasião para explicar o significado das três principais letras da Intel nos processadores para portáteis:

  • Y: os chips mais econômicos (e com menor desempenho), voltados para tablets e ultrabooks (exemplo: Core i7–7Y75);
  • U: normalmente utilizados em ultrabooks e notebooks voltados para o público em geral (exemplo: Core i7–7500U);
  • H: equipam notebooks mais potentes, capazes de rodar games e aplicações mais pesadas (exemplo: Core i7–6970HQ — ainda não existe nenhum Kaby Lake-H).

Ainda estamos aguardando números de benchmarks para os Kaby Lake, mas uma boa fonte para se ter uma ideia da diferença é o ranking da PassMark, que lista uma infinidade de processadores e seus desempenhos relativos. Tomando os Skylake como exemplo, um Core m7-6Y75 faz 3.589 pontos, um Core i7-6650U chega a 4.849 pontos e um Core i7-6920HQ tem 9.569 pontos.

Nem todo Core i7 é Core i7.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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