O mítico Nokia 3310 está de novo nas prateleiras. Não é como antes: o modelo agora tem traços mais modernos, tela colorida, Bluetooth 3.0 e outros recursos que não existem na versão clássica. Mas, simbolicamente, o aparelho está de volta e os reviews de veículos como Ars Technica e Engadget já estão aparecendo. Bom, e o que eles dizem?

Ars Technica

É bom ressaltar que o novo Nokia 3310 não tem nenhuma funcionalidade que o aproxime de um smartphone. Ele continua sendo um feature phone, só que com recursos mais atuais. Suas especificações incluem tela de 2,4 polegadas com 320×240 pixels, memória interna de 16 MB (sim, megabytes), câmera traseira de 2 megapixels, Bluetooth 3.0 e bateria de 1.200 mAh. Não dá para conectá-lo a uma rede 3G ou Wi-Fi, por exemplo.

Por conta dessas características, Mark Walton, do Ars Technica, frisa que o modelo é, tecnicamente, pouca coisa superior ao Nokia 150, um feature phone que, no Reino Unido, custa cerca de 20 libras, menos da metade do preço sugerido do Nokia 3310 (cerca de 50 libras).

Nesse sentido, o Nokia 3310 é caro, mas pelo menos consegue combinar os anseios de quem o comprou devido ao apelo nostálgico (praticamente todo mundo) com alguns recursos atuais: há apps bem simples para o Twitter e o Facebook, por exemplo, bem como suporte a MP3 (que você pode reproduzir no aparelho a partir um microSD de até 32 GB).

O Nokia 3310 analisado pelo Ars Technica
O Nokia 3310 analisado pelo Ars Technica

Por ser caro (para o que é capaz de fazer), só suportar 2G e ter uma câmera ruim até para um feature phone, Walton dá a entender que o Nokia 3310 só faz algum sentido para quem quer, de fato, relembrar os velhos tempos. Para quem precisa de algo bem básico, há opções mais interessantes por aí.

Engadget

“Alguém realmente tem boas lembranças de um celular que era bom apenas para chamar seu pai para ele te buscar na escola?”. Essa frase talvez seja o ponto mais chamativo do review feito por Jamie Rigg para o Engadget.

Nokia 3310

Não é uma crítica lavada. O veículo reconhece o apelo nostálgico, mas ao mesmo tempo o considera engraçado. O que o novo Nokia 3310 faz, na verdade, é lembrar de como as coisas eram muito mais simples no início do século. Os recursos que o aparelho traz seriam impressionantes para a época do Nokia 3310 clássico, mas hoje são deveras limitados.

Para Rigg, a HMD (empresa que fabrica o Nokia 3310) fez apenas um trabalho de reciclagem de nome. O Nokia 3310 de hoje não é mesmo o Nokia 3310 do passado, nem no jogo da cobrinha — tanto Rigg quanto Walton acreditam que a nova versão do game ficou bastante descaracterizada.

Uma das fotos feitas por Jamie Rigg com o Nokia 3310
Uma das fotos feitas por Jamie Rigg com o Nokia 3310

A parte nostálgica aparece predominantemente em alguns atributos que gostaríamos de usufruir hoje, como bateria que dura uma semana (ou mais) e um aparelho que não se estraçalha dramaticamente com a menor das quedas. Digitar no celular com teclado físico é outro detalhe das antigas, mas não dá para dizer que essa é uma característica positiva (ou dá?).

Ainda há grande demanda por celulares simples em várias partes do mundo, mas, no entendimento de Rigg, o preço do Nokia 3310 é excessivo se considerarmos os recursos oferecidos. De qualquer forma, ele admite que Nokia e HMD foram muito felizes no ponto de vista do marketing.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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