Diversos adiamentos fizeram com que o seu ciclo de vida durasse quase 13 anos, mas o fim sempre chega: hoje, 8 de abril de 2014, a Microsoft deixa oficialmente de dar suporte ao Windows XP, assim como ao Office 2003. Esta versão se junta, portanto, ao hall de produtos que se destacaram na história da Microsoft, ao lado de nomes como Windows 3.1 e Windows 95.

Bill Gates no lançamento do Windows XP em outubro de 2001
Bill Gates no lançamento do Windows XP em outubro de 2001

O fim do suporte não significa que o Windows XP parará de funcionar assim, do nada, mas que a Microsoft não oferecerá mais updates de segurança, atualizações para drivers de hardware, implementação de novos protocolos, etc. Na prática, isso quer dizer que, a partir de agora, vulnerabilidades não serão corrigidas, não haverá compatibilidade com novas tecnologias (pelo menos não por parte da Microsoft), não será possível reclamar de bugs, enfim.

A intenção inicial Microsoft era a de encerrar o suporte ao Windows XP no início de 2009, um pouco antes da chegada do Windows 7. A resistência ao Windows Vista – em parte, por conta do seu “peso” para os padrões de hardware da época – foi um dos fatores que fizeram com que a Microsoft atendesse aos pedidos do mercado e prorrogasse o suporte.

Mas este é apenas o menor dos motivos. O fato é que o Windows XP se mostrou um sistema muito estável e versátil, rodando relativamente bem até em máquinas mais modestas. Nascida no Windows NT, a sua arquitetura, que gerencia melhor a memória RAM e suporta o eficiente sistema de arquivos NTFS, por exemplo, reduziu sensivelmente as temíveis telas azuis, os travamentos inexplicáveis e as reinicializações tão frequentes nas versões anteriores do Windows.

Deu no que deu: o Windows XP entrou pela porta da frente nas residências, acompanhando o crescente e acelerado interesse das pessoas em terem acesso à internet em casa e, principalmente, tomou conta de escritórios e afins. Não é à toa que o Bliss, aquele wallpaper do gramado verde com céu azul que se transformou no símbolo do Windows XP, é tido como uma das imagens mais vistas da história.

Windows XP com o Bliss, seu wallpaper padrão
Windows XP com o Bliss, seu wallpaper padrão

Para os usuários domésticos que ainda permanecem com o Windows XP, a migração de sistema tende a não ser tão “dolorosa”: máquinas que rodam esta versão têm alguns anos de uso e as pessoas sabem que uma hora ou outra será necessário trocar de computador, tal como elas fazem com a TV, com a geladeira e com o carro de tempos em tempos.

O problema mesmo vai ser no segmento corporativo: ainda há muitos PCs por aí rodando Windows XP para manter compatibilidade com sistemas antigos ou simplesmente porque trocar um parque de máquinas gigantesco é trabalhoso e custoso. O exemplo mais preciso desta situação vem dos caixas eletrônicos: no início de 2014, 95% dos terminais espalhados pelo mundo ainda rodavam esta versão.

Caixa eletrônico com Windows XP
Windows XP: resistindo bravamente em 95% dos caixas eletrônicos

Para os casos mais “dramáticos”, há ainda um último recurso: pagar uma pequena fortuna à Microsoft para continuar obtendo suporte direcionado. É o que o governo da Inglaterra irá fazer. Mas, mesmo nestes casos, a migração será apenas uma questão de tempo.

Dá para dizer que o Windows XP está se aposentando em grande estilo: foram mais de 1 bilhão de licenças comercializadas (sem contar as versões pirateadas) no mundo todo, um ciclo de vendas que durou de 2001 a 2010 e pelo menos sete variações – incluindo o controverso Windows XP Starter Edition – que o fizeram estar presente em vários dispositivos, incluindo os chamados tablets-PCs.

Aos saudosistas de plantão, a Microsoft deixa uma carta de despedida do Windows XP e disponibiliza para download o icônico papel de parede Bliss.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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