Google Stadia é lançado, mas está longe de cumprir o que promete
Primeiros reviews mostram que Google Stadia funciona, mas parece um serviço "beta"
Primeiros reviews mostram que Google Stadia funciona, mas parece um serviço "beta"
Revolucionar o mercado de games. Não é exatamente com as mesmas palavras, mas essa é promessa do Google Stadia, plataforma de streaming de jogos que entrou oficialmente em funcionamento nesta terça-feira (19) em 14 países.
Mas é bom não ter grandes expectativas neste começo. As primeiras avaliações mostram que o serviço ainda tem muito o que evoluir para ser considerado disruptivo.
A proposta é de fácil compreensão: em vez de um console de games ou um PC gamer poderoso, tudo o que você precisa é de uma boa conexão à internet (de pelo menos 10 Mb/s ou 35 Mb/s para 4K) e de um dispositivo para acessar o jogo — um smartphone, tablet ou computador em boas condições de funcionamento, basicamente.
Então, se você tiver uma conta ativa no serviço — ainda não disponível para o Brasil —, o Google Stadia irá executar o título escolhido em seus servidores e transmitir para o seu dispositivo para que você possa jogá-lo.
Por ora, só é possível ter acesso adquirindo o pacote Premiere Edition, que custa US$ 129, mas fornece um joystick, um Chromecast Ultra para acesso ao game na TV e três meses de Stadia Pro — depois, o serviço passa a custar US$ 9,99 por mês.
A assinatura do Stadia Pro dá acesso a alguns jogos que formam a base da plataforma, mas vários títulos terão que ser comprados à parte no serviço. Mais de 40 games já foram confirmados, entre eles, o futuro Cyberpunk 2077.
O Google foi ousado nas promessas: a companhia diz que o Stadia é capaz de proporcionar ao jogador streaming com resolução máxima de 4K, 60 frames por segundo, HDR e áudio 5.1, por exemplo.
Veículos que já tiveram acesso à plataforma dizem, de modo geral, que o Google Stadia realmente funciona, mas com algumas considerações. Comecemos pela mais óbvia: o número de jogos disponíveis para essa estreia é bastante limitado.
Seriam somente 12 títulos inicialmente, mas, de última hora, o Google disponibilizou mais dez, entre eles, Final Fantasy XV, Grid 2019 e Wolfenstein: Youngblood.
Por enquanto, dá para fazer vista grossa para esse detalhe porque a plataforma está apenas no começo. Em contrapartida, existe uma sensação generalizada de que o Stadia ainda não está pronto — no máximo, trata-se de um serviço “beta” destinado somente a quem está disposto a se aventurar.
Lendo os reviews da mídia especializada, a conclusão a que podemos chegar para esta estreia é a de que o Google Stadia realmente cumpre a promessa de fazer streaming de jogos, mas uma série de pormenores pode frustrar a experiência.
A Wired, por exemplo, diz que “mesmo sob condições ideais (acesso à internet por fibra, conexão direta ao roteador e TV OLED 4K) há uma diferença notável entre jogar um título no Stadia e executar o mesmo jogo em um dispositivo local, como um PC ou um PS4”. Para o veículo, falta profundidade, clareza e nitidez nos games.
Já o The Verge destaca que o Google Stadia apresentou a melhor qualidade de imagem já vista pelo veículo em serviços de streaming de jogos, não exibindo “artefatos de compactação desagradáveis”, por exemplo. Por outro lado, o veículo também notou falta de detalhamentos e limitações em texturas.
“O Google disse que o Stadia foi projetado para rodar jogos na resolução mais alta com todas as configurações habilitadas, mas claramente isso não está acontecendo aqui”, completa o The Verge.
Por sua vez, o Polygon explica que os jogos rodam bem no Google Stadia, mas apresentam algumas inconsistências. No MacBook Pro, por exemplo, a experiência foi boa com Destiny 2, apesar de a qualidade da imagem ter ficado “longe dos prometidos 4K e HDR do serviço de assinatura Stadia Pro”.
O veículo dá a entender que a experiência é melhor em telas menores (no caso, um Pixel 3a) e na TV (via Chromecast Ultra). “Sinto que estou sendo exigente, mas o apelo do Stadia é a liberdade de escolher quando e onde [em qual dispositivo] jogar”, diz Chris Plante, autor do review do Polygon.
Não dá para dizer que a estreia do Google Stadia foi desastrosa. Mas, definitivamente, a plataforma não empolga. Não do jeito que está. Com base nos relatos, experimentá-la agora é como se mudar para uma casa ainda em construção: é possível morar nela, mas você precisa estar preparado para os transtornos.
A expectativa é a de que a situação melhore em 2020, quando o Stadia será lançado de verdade, digamos assim. Isso porque, em fevereiro, o Stadia Base será disponibilizado.
O Stadia Base promete ser um serviço sem pagamento mensal, mas que permitirá ao usuário comprar acesso a games avulsos para jogar em até 1080p. Se o usuário quiser mais resolução (4K) e acesso a uma lista “gratuita” de jogos, terá que pagar pelo Stadia Pro.
Enquanto isso, o clima de incerteza sobre o sucesso da plataforma permanece. Nesta estreia, percebe-se que o serviço tem potencial, mas que os desafios para que tudo funcione como o Google prometeu são enormes — latência, inconsistências gráficas e relação custo-benefício ruim são os principais problemas.
De qualquer forma, tudo indica que a intenção da companhia com este lançamento meio que “beta” visa identificar os pontos a serem melhorados. Nesse sentido, dá para manter as esperanças.
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