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A NASA vem estudando há alguns anos uma forma de pousar em asteróides para explorar suas superfícies. Com projetos bilionários, como a Missão 2020, ou mesmo a Missão Rosetta, que conseguiu pousar no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a agência espacial tem expandido seu raio de alcance de conhecimento nas redondezas da nossa galáxia.

O diretor da divisão de ciência planetária da NASA, Jim Green, e Dante Lauretta, um dos líderes do projeto OSIRIS-REx, deram uma entrevista à CNN explicando por que projetos assim são tão importantes para a humanidade: eles podem ajudar a entender a origem do nosso universo, por que nós estamos aqui (do ponto de vista causa/consequência e não moral/religioso), como nosso planeta se formou e se o processo de origem e evolução da vida poderia acontecer em algum outro lugar do nosso sistema solar.

Além disso, já que a ideia é explorar e analisar a estrutura do solo e das rochas desses asteróides, poderíamos saber como destruí-los, caso um deles venha em direção ao nosso planeta. Sim, isso é bem coisa do filme Armageddon, mas já que é um conhecimento a ser adquirido, por que não?

armageddon

A NASA está tão focada nisso que recentemente seu Laboratório de Jato Propulsão (JPL, na sigla em inglês) fez uma requisição por projetos de uma espaçonave que eventualmente vai pousar em um asteróide. A proposta não é aberta ao público, apenas para quatro empresas espaciais (Lockheed Martin, SSL, Orbital ATK e Boeing), que já enviaram seus conceitos.

A meta é enviar missões não tripuladas para asteróides (note o plural da coisa) e, da Terra, perfurar seus solos à procura de recursos naturais. No meio do caminho, eles pretendem desenvolver novas tecnologias que possam gerar combustível, buscar água (que pode ser dividida entre hidrogênio e oxigênio), e que assim possam esticar o alcance dessas naves.

Pensa comigo: eles querem mandar um laboratório por meio do sistema solar que, ao chegar em um asteróide, poderia explorá-lo e, se possível, gerar seu próprio combustível para ir dali a outro ponto do universo. E essas tecnologias certamente seriam utilizadas em outros projetos de exploração de Marte, por exemplo. Fantástico, certo?

martian

Um ponto crucial: em 2015, o presidente Barack Obama assinou uma lei que permite aos cidadãos americanos a propriedade de qualquer recurso obtido por meio da mineração de asteróides. Sim, estamos vivendo uma época em que já é necessário legislar sobre o que se extrai de objetos alheios ao nosso planeta.

Pois bem, aí que a coisa começa a ficar interessante: além das quatro parceiras da NASA citadas acima, outras empresas particulares também entraram nessa corrida. É o caso da Planetary Resources, Made In Space e Deep Space Industries que, com recursos privados, pretendem desenvolver mecanismos de expandir a economia terrestre por meio da mineração espacial.

Nenhuma delas faz parte das parceiras da NASA. Ao menos não por enquanto. Mas podemos afirmar que isso acelera ainda mais essa corrida espacial. A Deep Space afirma que será capaz de pousar robôs exploradores em um asteróide dentro de três anos. E tem como meta construir uma cidade espacial em menos de 30 anos.

Já a NASA tem planos de escolher o asteróide onde um de seus robôs irá pousar em 2020, além de estudar outras possibilidades caso essa missão falhe. Ainda sobre prazos, no dia 24 de outubro a agência deve anunciar qual design enviado pelos quatro parceiros foi o escolhido e, a partir daí, seus cientistas vão de fato acelerar as pesquisas e entrar de vez nessa briga.

Não sei se essa competição entre empresas espaciais renderá resultados melhores que uma possível cooperação entre elas. Mas com certeza podemos dizer que todos nós, enquanto seres humanos, nos beneficiaremos de todas as tecnologias desenvolvidas no meio desse processo. Para o infinito e além!

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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