E se o mundo que vivemos for apenas uma simulação?

Se estivermos numa simulação, não faremos a mínima ideia de que estamos numa simulação

Matheus Gonçalves
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• Atualizado há 11 meses
simulacao

Se você já assistiu a filmes como Matrix ou 13º Andar, ambos de 1999 (sim, isso mesmo, há quase 20 anos!), então você possivelmente entenda o conceito de universos simulados: computadores poderosíssimos rodando uma versão programada do universo que vemos como real, com humanos que possuem pseudoconsciência, que seguem suas vidas alheios uns aos outros em eventos simultâneos e independentes e que não fazem a mínima ideia de que estão numa simulação.

Acha isso impossível? Não é o que os desenvolvedores de The Sims acham…

Claro, o jogo é algo semelhante e aproximado do que temos como “realidade”.

Antes de continuar, um adendo para esclarecer os próximos parágrafos: classificamos como hipótese um documento cujas premissas não podem ou ainda não foram comprovadas. Se existe essa possibilidade e elas foram comprovadas, isso é uma teoria. Então nunca mais diga frases como “mas isso é só uma teoria”, combinado? Obrigado, de nada.

Voltando: em 2003 o filósofo sueco Nick Bostrom, que trabalha para a Universidade de Oxford, escreveu uma hipótese chamada Você está vivendo em uma simulação?, que sugere que, dada a velocidade com a qual a tecnologia avança, daqui a centenas de milhares de anos teremos computadores inimaginavelmente superiores, softwares complexos, altíssimo conhecimento de física e, talvez, estabelecido a Teoria do Tudo (não confundir com o dramalhão da Sessão da Tarde).

Com todo esse poder computacional e conhecimento sobre nosso universo, poderíamos criar uma simulação sobre a vida da própria civilização que existiu no passado. E os conceitos de física, química, biologia, seriam tão perfeitamente inseridos que, para as mentes simuladas, seria praticamente impossível distinguir se eles são reais ou programados.

matrix

Simplificando bastante as equações criadas pelo filósofo, podemos calcular a probabilidade de uma mente humana escolhida aleatoriamente (vamos chamar aqui de “você“) ser uma simulação, da seguinte maneira:

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O número de pessoas simuladas seria o mesmo número de pessoas que viveram desde o início dos tempos até a data de lançamento da simulação (ou seja, muitos bilhões).

E, ainda segundo a hipótese, o número de mentes reais seria semelhante à fração de indivíduos que chegaram ao período chamado de Civilização Pós-Humana, que tende a ser muito, mas muito baixa, por todas as possibilidades de mortes em massa, guerras, armas atômicas, queda no número populacional ou mesmo a quantidade de recursos para manter toda essa gente viva.

Colocando esses números na equação, percebemos que a possibilidade de “você” estar vivendo num ambiente simulado é extremamente alta, na casa dos bilhões.

Aliás, pessoas inteligentíssimas tomam esse documento como plausível, incluindo Elon Musk, CEO da Tesla. Ele comentou a respeito nesta quarta-feira (1º), durante um painel da Code Conference 2016, que acontece essa semana em Rancho Palos Verdes, na California.

E mais: é bom que essa hipótese esteja correta, já que a única forma de nós humanos não conseguirmos atingir esse nível de capacidade tecnológica é se entrarmos em extinção por qualquer motivo que seja.

Se o seu inglês estiver afiado, assista ao vídeo abaixo e confira o próprio Nick Bostrom explicando o Argumento da Simulação:

Claro, evidentemente ainda existe a chance de nós estarmos vivendo na linha de tempo que vai culminar nesta era Pós-Humana. Mas, do ponto de vista de probabilidade, as chances são muito baixas. Não é impossível, mas quase. Isso sem contar que podemos ser uma simulação dentro de outra simulação, o que torna todo esse assunto ainda mais complexo, mas deixemos para outro post.

Mas me digam: vocês acreditam que podemos estar vivendo numa simulação?

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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