O melhor portátil para viagem: PSP, DS Lite ou iPod Touch?
Há algumas semanas, nosso intrépido editor Thássius me repassou por email a seguinte sugestão de um leitor do TB:
@heitorh: @tecnoblog Que tal um artigo sobre os melhores games (portáteis) para se levar em uma viagem? =D
Eu não havia visto essa sugestão, que é excelente aliás. Portáteis são uma espécie de especialidade minha – visto que sou um ávido colecionador deles -, e tenho conhecimento suficiente de várias características de cada um pra poder fazer boas recomendações. Consideremos então o Nintendo DS (e suas diversas iterações – DS Lite, DSi, e o tamanho família DSi XL), o PSP (acompanhado do PSP Go!, que é a única variação do console que difere o suficiente das anteriores), e o iPod Touch (todas as três gerações anteriores, e o recém-chegado 4G).
Mesmo aqueles poucos felizardos entre nós que dispõem dos três aparelhos, imagino que ninguém goste de trazer consigo todos os trambolhos pra qualquer viagem que faça. Além do mais, a grande maioria de gamers tem um pouco mais de auto-controle e se satisfaz com apenas um console portátil. E há ainda aqueles que consideram adquirir um justamente porque fazem viagens frequentes. É para esses que este artigo se direciona.
Para o contexto de uma viagem, consideremos três características fundamentais:
- A portabilidade;
- A versatilidade;
- A duração de bateria.
A portabilidade é importante porque em muitas viagens (especialmente as aéreas), o espaço que você dispõe pras suas posses é geralmente bastante limitado. Quem já precisou pisar numa mochila pra conseguir fechar o zíper sabe do que eu tou falando. Por menores que os consoles pareçam, eles ainda tomam um espaço considerável quando suas malas estão a ponto de estourar. Especialmente porque o console não vem sozinho; precisamos considerar ainda o espaço ocupado pelo carregador e os jogos.
Já a versatilidade se refere a quantas coisas diferentes o aparelho consegue fazer. Jogos são uma excelente distração, mas numa viagem de 6 ou mais horas, você vai definitivamente querer fazer alguma outra coisa.
E a duração da bateira é auto-explicativa. De nada adianta ser convenientemente minúsculo e repleto de funções extras se a bateria vai morrer no meio da sua viagem. Então vamos analisar os aparelhos.
Em questão de portabilidade, o iPod Touch fica na frente, com pouco mais de 100 gramas e um formato visivelmente menor e mais fino que os competidores. O DS Lite é quase três vezes mais grosso (21,5 milímetros contra 7,2 milímetros) e duas vezes mais pesado, com 218 gramas, mas ainda é bastante pocket-friendly. Já o PSP (o modelo da foto é o PSP-2000, ou PSP Slim) tem quase a mesma grossura do DS Lite (23 milímetros), mas é mais largo e mais pesado – 280 gramas.
Definitivamente, não é algo desenhado para caber numa calça jeans, por exemplo. O PSP continua na lanterna nas outras duas categorias – carregador e jogos. O carregador do iPod Touch é aquele pequeno cubinho branco com uma saída USB, com os quais donos de outros iPods ou iPhones já estão familiarizados. O do DS é um pouco maior, mas não tanto: E o do PSP assemelha-se mais ao carregador de um notebook: Os jogos do PSP ocupam mais espaço, também, por serem discos UMD. Eis a comparação de tamanho com um jogo do DS:
E o player da Apple não usa mídia física para os jogos.
Em matéria de portabilidade, o iPod Touch vence.
Já no quesito versatilidade, o PSP se mostra um pouco melhor que o console da Nintendo. O PlayStation portátil também roda vídeos, música, fotos e acessa internet via wifi (a experiência não é lá das melhores, mas dá pra quebrar um galho). O DS Lite só roda jogos mesmo, e acessa internet mal e porcamente por intermédio de uma versão fajuta do browser Opera, vendido num cartucho separado. E o iPod Touch executa as mesmas funções do PSP, com algumas similaridades (o formato de vídeo exigido por ambos gadgets é o mesmo, por exemplo). O browser Safari é infinitamente melhor que o PSP Web Browser, baseado no paleolítico NetFront que reinava nos PDAs.
Se considerarmos as funções não-oficiais dos consoles, há um pouco mais de polivalência. O DS roda aplicativos Homebrew como navegadores web e emuladores, mas a experiência deixa um pouco a desejar por causa da tela pequena, e porque os esforços dos programadores amadores desses apps às vezes não são lá um primor de usabilidade. O PSP tem uma gama maior de aplicativos homebrew bem mais polidos, e por isso toma a dianteira com facilidade nesta área. E um iPod Touch com jailbreak também roda emuladores, mas jogos que não foram feitos com uma tela de toque em mente têm uma performance lastimável nesse meio. Os botões do PSP ganham essa.
No geral, há um empate técnico entre o PSP e o iPod Touch, mas isso se você considerar as opções não oficiais.
Na duração de bateria, não há competição para ninguém: o Nintendo DS leva de lambuja, com impressionantes 10 horas de jogatina contínua. O PSP Slim promete entre 3 e 6 horas de duração, o que é uma grande variação. A culpa é definitivamente o uso de mídia ótica, que exige um motor que rotacione o disco e assim gaste mais energia. O iPod Touch varia entre 4 e 6 horas de duração de bateria para jogos. Neste caso, a variação se dá porque alguns jogos exigem mais do processador, enquanto outros nem tanto.
Dito isto, que console é melhor pra uma viagem? O iPod Touch é menor e mais leve, o DS tem a maior duração de bateria, e o PSP oferece (através do meio não oficial, lembre-se) uma variedade de opções de jogos que se estendem a gerações passadas dos videogames. Qual deles se adequa melhor às suas preferências?
Em outras palavras: qual dos três quesitos analisados neste texto é mais importante pra você?