É assim que a retrocompatibilidade pode fortalecer a indústria dos games

Matheus Gonçalves
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• Atualizado há 11 meses

Quando falamos de games, a medida de tempo se torna ainda mais relativa que o usual. Cada país, cada cidade, cada economia local possui seu ritmo de absorção do que as produtoras oferecem. Os consumidores de Atlanta, cidade com maior número de jogadores dos Estados Unidos, têm um perfil completamente diferente dos compradores que vivem na Grande São Paulo, por exemplo.

Quando avaliamos todo o processo de lançamentos, notamos que existe uma lacuna enorme. Foi pensando nisso que, em 2015, a Microsoft anunciou a retrocompatibilidade de jogos do Xbox 360, que rodariam então no Xbox One. Existem restrições nesse catálogo, evidentemente, mas essa jogada demonstra que a empresa está buscando um modelo de negócio estratégico que atenda essa demanda.

Como a retrocompatibilidade pode ajudar o mercado?

A Microsoft está atrás nesta geração de consoles. Ela precisa vender mais Xbox One para bater de frente com os bons números da Sony. Acontece que muitos jogadores ainda possuem jogos do Xbox 360. Inúmeros podem ser os motivos para que donos do antigo console não queiram se desfazer dos títulos, como saudosismo ou mesmo não ter tido tempo de jogá-los.

A retrocompatibilidade permitiria a esses gamers manterem suas coleções caso eles optem por adquirir o novo videogame, uma vez que não não seria necessário comprar seus jogos novamente. Se ele estiver no catálogo citado acima, basta inserir o disco e se divertir.

Veja como funciona:

Portanto, a capacidade de rodar tanto jogos antigos quanto os novos faz do aparelho da nova geração uma escolha inteligente de compra neste momento. Mesmo colocando a diferença de preço entre os dois videogames na equação, o Xbox One se mostra o melhor custo benefício por sua abrangência e capacidade tecnológica.

E invertendo a perspectiva, colocando agora os atuais donos do Xbox One em foco, toda uma nova gama de possibilidades se abre, quando jogos e mais jogos são adicionados à lista de compatíveis.

Peguemos o exemplo aqui de Red Dead Redemption, da Rockstar, um dos melhores jogos da geração passada. Assim que sua retrocompatibilidade foi anunciada, suas vendas subiram nada menos que 6.000% na Amazon.

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Antes na posição de número 1.093 no ranking de vendas, agora o título pulou para a 17ª posição. Estamos falando de um jogo feito em 2010, figurando entre os 20 títulos mais vendidos seis anos depois do seu lançamento, o que é uma eternidade para esse mercado.

Ou seja, a cauda desse cometa pode ficar mais longa, o que garante mais verba para as fabricantes e também para as produtoras. E com mais verba, desde que a gestão seja bem feita, teremos mais e melhores produtos. Todo mundo ganha.

A Nintendo também possui seu modelo de retrocompatiblidade, por meio do Virtual Console. Ainda não é o ideal, mas é melhor que nada. Algo semelhante seria muito bem vindo aos seus portáteis, inclusive.

Resta saber se a Sony vai enfim entender que esse é um marketshare importante e criar alguma forma de tornar o PS4 compatível com o PS3, ou se ela vai mesmo ignorar todo esse potencial.

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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