Vale a pena jogar: Metroid Dread

Trazendo muita exploração, tensão e desafio; Samus Aran retorna em grande estilo em Metroid Dread no Nintendo Switch

Ricardo Syozi
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• Atualizado há 11 meses
Vale a pena: Metroid Dread
Metroid Dread (Imagem: Divulgação)

Após anos de mistério pela Nintendo e uma incontrolável sede por parte dos fãs, Metroid Dread chegou exclusivamente ao Nintendo Switch em 08 de outubro de 2021. Trazendo uma narrativa densa, momentos memoráveis e algumas das melhores acrobacias que Samus Aran já realizou em algum jogo, a obra tenta animar fãs e novatos na série. A questão que fica é se tudo vale o energy tank ou se faltaram upgrades nesse retorno.

Metroid Dread começa após os acontecimentos de Metroid Fusion. Se você não conhece essa parte da narrativa, não se preocupe. Há uma competente recapitulação do que ocorreu anteriormente na saga 2D de Samus Aran. Resumindo: a protagonista é chamada mais uma vez pela Federação Galáctica para resolver um enorme problema. Tudo gira em torno de uma mensagem vinda do planeta ZDR que indica que o parasita X, que deveria estar extinto, ainda existe.

A Federação Galáctica envia sete robôs extremamente poderosos para acabar com a ameaça, porém o contato com as máquinas é perdido. A única esperança está nas mãos de Samus que precisa seguir ao planeta ZDR e investigar o que realmente está acontecendo. A partir daí, a personagem encontrará novos inimigos, desafios, quebra-cabeças, itens e alguns dos chefes mais difíceis já vistos em toda a sua saga.

Era uma vez no planeta ZDR

Vale a pena jogar Metroid Dread
Os cenários de Metroid Dread são de cair o queixo (Imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)

Assim como em todos os jogos nos quais Samus Aran é protagonista, o mapa em Metroid Dread começa pequenino e limitado. Em vários momentos de sua jogatina, você vai se deparar com algum ponto sem saída que o fará coçar a cabeça e se questionar onde errou ou o que deixou passar. Para quem já está acostumado com o gênero conhecido como metroidvania, essa sensação é deliciosa.

Dizer que a exploração é um detalhe importante neste jogo é chover no molhado. Isso não é apenas um fator da jogabilidade, mas quase um estilo de vida para quem gosta desse tipo de games. Descobrir por conta própria um item escondido, uma passagem secreta ou até mesmo um macete para adquirir um upgrade antes da hora é algo que faz com que cada ponto de curiosidade seja recompensado.

E essa exploração é altamente indicada durante toda a aventura em Metroid Dread. Há 9 locais espalhados no planeta ZDR. Todos ligados de alguma maneira, seja por portais, elevadores ou até mesmo um tipo de transporte com vagões. Com isso, é normal que ao adquirir um novo item, o jogador passe a ter uma vontade inexplicável de voltar para alguns locais para vasculhar cada cantinho.

Samus Aran
Cuidado com o verde (Imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)

Além disso, o cenário de cada local do planeta contribui para essa animação. Há tudo o que os jogadores já estão acostumados: locais quentes com lagos de lava, partes cheias de um verde ameaçador, lugares tão frios que lagos e portas estão congelados, locais tão tecnológicos que fica impossível imaginar que alguma vez houve vida por lá. Variedade não falta, mas isso é ainda mais verdade quando algumas partes do planeta sofrem alterações por causa de algo na narrativa. O ZDR é possivelmente um dos planetas mais completos de toda a série.

Disque E.M.M.I. para matar

Durante as pouco mais de 10 horas de jogatina, Samus Aran enfrenta uma horda bem variada de inimigos. Cada um tem as suas próprias fraquezas e forças, obrigando o jogador a criar estratégias a cada novo encontro. Nada disso é realmente novo na franquia, mas é quando os robôs E.M.M.I. surgem que a história passa a ser totalmente diferente.

E.M.M.I.
Os robôs E.M.M.I. são implacáveis (Imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)

Sempre que você entra em uma zona dominada por esses inimigos em Metroid Dread, aquele som robótico e ameaçador passa a rolar de forma frequente e insana. Com isso, uma tensão inacreditável surge no coração de quem está com o controle na mão, forçando a se planejar ainda mais para não cair nas mãos frias e mecânicas dessas ameaças. Se isso acontece, o jogador tem uma chance bem pequena para escapar, caso não tenha êxito, a tela de game over aparece sem dó nem piedade.

E se prepare para se acostumar bastante com essa tela de game over. Há tanta coisa querendo matar a protagonista no jogo, desde os inimigos mais minúsculos aos chefes mais grandiosos, isso sem contar o próprio meio ambiente do planeta ZDR que parece curtir dar dano na Samus.

Falando em chefes, eles fazem parte do hall da fama dos mais desafiadores já vistos em toda a série. Não creio que consegui derrotar algum logo na primeira tentativa, porém quando realizei a façanha, aquela sensação de satisfação e de dever cumprido veio com tudo. Pensando nisso, não é errado afirmar que Metroid Dread é um jogo que consegue ao mesmo tempo acabar com a autoestima do jogador e elevá-la aos céus. Tudo em questão de minutos.

Metroid Dread Kraid
O vilão Kraid está de volta em Metroid Dread (Imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)

Super Samus contra o baixo-astral

Após algumas horas de exploração, de juntar um upgrade aqui e ali e de conseguir uma nova habilidade importante para o decorrer da aventura em Metroid Dread, fica impossível não começar a se sentir como o melhor jogador de videogame de todos os tempos.

Cada vez que Samus derrota um chefe realizando alguma acrobacia maravilhosa ou se posiciona como uma verdadeira “dona disso tudo”, um sorriso surge na face de quem está jogando esse jogo sensacional. Há um momento durante a jornada no qual a caçadora de recompensas demonstra o quão focada e poderosa é, fazendo com que até o jogador mais pessimista se sinta capaz de passar por qualquer desafio que a obra da desenvolvedora Mercury Steam jogar em seu colo.

Metroid Dread
Samus Aran mostra muitas habilidades na aventura (Imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)

São com esses momentos de pura genialidade da personagem que a vontade de recomeçar a jornada logo após finalizá-la pareça algo natural. Junte isso a uma performance competente do Nintendo Switch que quase sempre fica a 60 quadros por segundo, um trabalho sonoro digno de Metroid Prime e efeitos de luz que disputam o prêmio de aplausos do console. Sendo assim, fica claro que Metroid Dread foi feito com muito carinho.

Vale a pena jogar Metroid Dread?

Sem dúvida alguma! Há muito para uma pessoa novata na série se apaixonar: desde as habilidades descobertas ao longo da aventura até as cutscenes bem trabalhadas que contam muito bem a história. Já para o jogador que convive lado a lado com Samus há tempos, cada desafio superado é um motivo a mais para continuar na jornada. Alcançar os empolgantes 100% não é uma tarefa simples, mas vale o esforço.

Toda a apresentação é muito bela, dando uma sensação de magnitude que poucos títulos conseguem. As músicas trazem o sentimento perfeito para os distintos momentos em Metroid Dread, seja para aquela solidão da exploração ou para aquele combate com pitadas de heroísmo que tiram o fôlego.

Samus Aran
A caçadora de recompensas retorna com tudo (Imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)

Não se engane! Este jogo para Nintendo Switch vai te fazer suar, gritar, chorar e muitas vezes ter vontade de largá-lo após morrer pela quinta vez para um chefe. Porém, assim como Samus Aran, é a vontade de concluir a missão que vai te fazer seguir em frente e tentar mais uma vez. Eventualmente, a vitória vai chegar, dando aquela sensação de realização perfeita em um jogo de videogame.

Se puder, não deixe de fazer uma visita ao planeta ZDR ao lado da melhor caçadora de recompensas que já surgiu nos games.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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